Bolsonaro se irrita com pergunta sobre mortes: “Não sou coveiro”
Presidente voltou a defender afrouxamento do isolamento social, em anúncio feito nesta segunda-feira (20/04)
atualizado
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O foco do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação ao coronavírus segue sendo o esforço pelo relaxamento do isolamento social. Ao ser questionado sobre as mortes causadas pela Covid-19, Bolsonaro se irritou: “Não sou coveiro”, disse aos jornalistas na portaria do Palácio da Alvorada na noite desta segunda-feira (20/04).
Quando a pergunta foi feita, os repórteres ainda trabalhavam com o dado de 383 mortes nas últimas 24 horas, o que acabou sendo corrigido pelo Ministério da Saúde para 113 novas mortes, com um total de 2.575 óbitos desde a chegada da pandemia ao Brasil.
Bolsonaro, porém, não quis falar dos números. “Eu preciso me preocupar com os empregos. A intenção é ajudar, mas até quando? Os governadores têm que sinalizar”, pediu ele, que se reuniu nesta segunda com o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB) para debater a reabertura de escolas militares e militarizadas em Brasília a partir da próxima semana.
O presidente também se reuniu com o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, nesta segunda, mas disse que ainda não fechou com ele uma estratégia de retomada das atividades econômicas no país
Diretriz
“Ele quer se inteirar dos números, ter mais dados para poder traçar uma diretriz”, afirmou Bolsonaro, que contou ainda ter conversado com o deputado federal Osmar Terra sobre o coronavírus.
Terra, que é ex-ministro da Cidadania, também é médico e tem se posicionado como grande crítico da quarentena como forma de frear o contágio pelo coronavírus, contrariando a grande maioria dos especialistas e as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Não vou deixar de ter amizade com o Osmar Terra”, disse Bolsonaro. “E ele trouxe mais informações. Eu vejo o todo”, concluiu.