Bolsonaro revela pressão a médico por cloroquina: “Saúde é minha”
Presidente contou conversa que teve com o médico: “Bicho, você quer voltar pra tropa ou quer que eu tome cloroquina agora?”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu nesta sexta-feira (14/5) ter feito uso de cloroquina sem recomendação médica quando teve Covid-19. Também afirmou que pressionou o médico para que lhe indicasse a medicação, cuja eficácia contra a doença não é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Quando senti o problema, chamei meu médico e ele falou: ‘você tá com todos os sintomas’. Aí peguei a caixinha da cloroquina e ele disse: ‘olha, vamos esperar um pouquinho mais’. Então, eu disse: ‘Bicho, você quer voltar pra tropa ou quer que eu tome cloroquina agora?’
“A saúde é minha”, argumentou o presidente durante cerimônia de entrega de títulos em um evento na cidade de Terrenos, no Mato Grosso do Sul. “Quem é contra, é um direito dele. Mas não vem querer criminalizar quem a use”, completou.
No ano passado, o presidente da República foi submetido a pelo menos seis exames que apontaram ou não a presença do vírus. Os três primeiros, feitos no retorno dele de uma viagem aos Estados Unidos, em março, deram negativos. Outros dois deram positivo, em julho de 2020.
Bolsonaro contou à época que sentiu os primeiros sintomas em 4 de julho, mesmo dia em que participou da comemoração da independência americana na casa do embaixador dos Estados Unidos, na companhia de ministros.
Desde então, o presidente é defensor do tratamento precoce, com a administração de medicamentos sem eficácia comprovada no combate à Covid-19, como hidroxicloroquina, Annita e azitromicina.
O posicionamento dele, inclusive, é um dos alvos da CPI da Covid, no Senado.