Bolsonaro questiona prisão de general Braga Netto
General Walter Braga Netto foi preso neste sábado (14/12) por atrapalhar investigações do chamado inquérito do golpe
atualizado
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais na noite deste sábado (14/12) para comentar a prisão do general Walter Braga Netto, que foi ministro da Defesa em seu governo e seu candidato à vice-presidência nas eleições de 2022.
“Há mais de 10 dias o ‘Inquérito’ foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao [Ministério Público] MP. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, escreveu o ex-presidente.
Braga Netto foi detido em operação da Polícia Federal (PF) na manhã deste sábado (14/12). O general é um dos indiciados por participar do plano golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022. Segundo as investigações da PF, ele atuou para tentar descobrir o conteúdo da delação premiada firmada por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, com a corporação.
Braga Netto foi detido em casa, no bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, neste sábado. Além do mandado de prisão, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou buscas na residência do militar da reserva. Segundo o Exército, o ex-ministro ficará sob custódia da Força, no Comando da 1ª Divisão de Exército do Rio de Janeiro.
A defesa de Braga Netto afirmou, em nota, que “se manifestará nos autos após ter plena ciência dos fatos que ensejaram a decisão proferida” e disse ter “crença na observância do devido processo legal”. “Teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução as investigações.”
Inquérito do golpe
A investigação que apura a tentativa de golpe de Estado organizada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro foi concluída pela PF com o indiciamento de 40 pessoas.
Eles foram indiciados pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
As provas, afirma a PF, foram obtidas ao longo de quase dois anos, “com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal”, bem como em “colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário”.
O grupo se dividia em diferentes núcleos para espalhar desinformação sobre o processo eleitoral; incitar militares a aderirem ao plano golpista; monitorar alvos como o ministro do STF Alexandre de Moraes, o presidente eleito Lula e o vice Geraldo Alckmin; e criar a minuta que embasaria juridicamente a iniciativa golpista.