Bolsonaro entrega explicação escrita à PF sobre empresários golpistas
Ex-presidente Bolsonaro entregou depoimento por escrito a delegado da Polícia Federal no caso de grupo de empresários defensores de golpe
atualizado
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, na tarde desta quarta-feira (18/10), para depor no inquérito sobre o grupo de empresários próximos do então presidente que defendiam um golpe de estado para impedir Lula na chefia do Poder Executivo.
A defesa do ex-presidente apresentou uma explicação escrita dizendo que o Supremo Tribunal Federal (STF) não tem atribuição para tratar do caso. Bolsonaro entregou o documento para o delegado da PF e não fez nenhuma declaração.
A existência desse grupo e o teor das mensagens trocadas entre os empresários foram revelados pela coluna Guilherme Amado, do Metrópoles, em agosto do ano passado, semanas antes do primeiro turno das eleições.
Bolsonaro e seus três advogados falaram com a imprensa na saída da PF. Fabio Wajngarten defendeu que as conversas de Bolsonaro com os empresários foram privadas. Já o ex-presidente pontuou que a investigação tinha o objetivo de censurar apoiadores, como o empresário Luciano Hang. “Serviu para inibir outras pessoas que eram simpáticas a mim por ocasião das eleições”, afirmou Bolsonaro nesta quarta.
O ex-presidente também defendeu que não houve imparcialidade no resultado da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) em que ele e outras 60 pessoas foram indiciadas.
“Completamente parcial, a funcionária de Flávio Dino recebeu, com toda certeza, aquilo já pronto, e entregou. Um absurdo. Por que não me convocaram? Me indiciam sem me convocar. Eu iria lá, sem problema nenhum”, provocou Bolsonaro.
Bolsonaro enviava mensagens
Ainda em agosto do ano passado, o ministro do STF Alexandre de Moraes chegou a determinar busca e apreensão nas casas dos empresários que defendiam golpe.
As investigações revelaram que um número atribuído a Bolsonaro chegou a enviar mensagem para empresários com conteúdo golpista e de desinformação.
Em agosto deste ano, o STF arquivou as investigações contra seis empresários desse grupo, mas manteve a apuração sobre os empresários Meyer Nigri, da empresa Tecnisa, e Luciano Hang, da Havan.
Apoiadores de Bolsonaro realizaram uma série de atos e protestos defendo uma intervenção militar e o impedimento da posse do atual presidente Lula. O mais significativo deles foi o ato golpista de 8 de janeiro, com a invasão e destruição das sedes dos Três Poderes em Brasília.