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Bolsonaro ofereceu indulto por manipulação em urna, diz Delgatti

Declaração de Delgatti foi dada em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1, no Congresso Nacional

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Bolsonaro ofereceu indulto por manipulação em urna, diz Delgatti
1 de 1 Bolsonaro ofereceu indulto por manipulação em urna, diz Delgatti - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O hacker Walter Delgatti Neto afirmou, nesta quinta-feira (17/8), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ofereceu indulto para que ele criasse um “código-fonte fake” e questionasse a legitimidade das urnas eletrônicas.

A declaração foi dada em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1, no Congresso Nacional. Segundo Delgatti, a proposta teria sido feita por um marqueteiro do PL, em uma reunião no Palácio da Alvorada, no ano passado.

De acordo com Delgatti, durante o encontro, o marqueteiro sugeriu que ele simulasse falhas em uma urna eletrônica para instigar a população a questionar a legitimidade do processo eleitoral. A ação seria orquestrada em 7 de setembro do ano passado.

Às 13h, a sessão foi interrompida. O recomeço está previsto para 14h.

Veja como foi:

“A ideia dele era falar que a urna, se manipulada, sairia o mesmo resultado. Um código-fonte fake. Essa apresentação fake iria explicar à sociedade, a quem estivesse no dia 7 de setembro, que era possível aquela urna que eles veem na eleição imprimir outro voto. A ideia era essa”, explicou Delgatti.

Segundo o hacker, Bolsonaro disse que não entendia a parte técnica do funcionamento das urnas. Portanto, determinou que Delgatti fosse ao Ministério da Justiça, acompanhado do coronel Marcelo Câmara, para conversar com técnicos da pasta. O então presidente ainda assegurou que Delgatti receberia um indulto caso fosse incriminado.

“Ele me disse que eu estaria ajudando a salvar o Brasil”, disse. “A ideia era de que eu receberia um indulto do presidente. E ele havia concedido o indulto a um deputado federal, e como eu estava com cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava esse indulto”, continuou.

Tentamos entrar em contato com o advogado e ex-ministro Fabio Wajngarten, assessor de Bolsonaro, mas ele não atendeu as ligações ou visualizou as mensagens.

Veja imagens da CPMI:

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O hacker alega ter recebido pagamento próximo de R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli

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A polícia também investiga se o hacker se reuniu com pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no ano passado

Reprodução

Articulação entre Zambelli e Bolsonaro

Mesmo com o Supremo Tribunal Federal (STF) garantindo a Delgatti o direito de não proferir sequer uma palavra, o “hacker da Vaza Jato” iniciou a CPMI resumindo parte da infância e juventude. “A minha intenção é contribuir com a sociedade e estou à disposição”, afirmou.

“Trabalho com TI, não terminei ainda a faculdade e precisava de internet para poder trabalhar. Nisso, aparececu uma oportunidade de a (deputada federal) Carla Zambelli de um encontro com o (ex-presidente Jair) Bolsonaro. Eu estava desamparado, sem emprego e ofereceram um emprego a mim”, afirmou.

Delgatti também revelou como conheceu Zambelli: “Eu estava na cidade de Ribeirão Preto [SP]. Vi a deputada e pedi para tirar uma foto. Conversando com ela, ela passou o celular dela, anotou o meu, e ela me chamou no WhatsApp”.

“Posteriormente, ela disse que havia uma oportunidade de emprego pra mim. Estive em Brasília, falei com o presidente e, logo em seguida, fiquei em Brasília. Vim trabalhar na parte de redes sociais do gabinete dela, nas redes dela. Ela me enviou a senha do site, das redes sociais, mas, logo em seguida, uma decisão do Moraes limitou as redes sociais dela”, contou. Ele contou que recebia cerca de R$ 3 mil para esse trabalho.

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