Reforma ministerial: Bolsonaro nomeia Ciro Nogueira como chefe da Casa Civil
Luiz Eduardo Ramos passa a chefiar a Secretaria-Geral da Presidência, vaga deixada por Onyx Lorenzoni, que vai para o Ministério do Trabalho
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nomeou o senador Ciro Nogueira (PP-PI) como ministro-chefe da Casa Civil. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (28/7).
Nogueira vai ocupar o lugar de Luiz Eduardo Ramos, que passa a chefiar a Secretaria-Geral da Presidência da República, vaga deixada por Onyx Lorenzoni. Também no DOU desta quarta, o presidente Jair Bolsonaro recriou o Ministério do Trabalho e Previdência e nomeou Onyx como titular da pasta.
A movimentação já era prevista. No último dia 21, Bolsonaro anunciou que estava trabalhando por uma “pequena mudança ministerial” para os próximos dias.
“Estamos trabalhando inclusive uma pequena mudança ministerial, que deve ocorrer na segunda-feira, para ser mais preciso, para a gente continuar administrando o Brasil”, disse Bolsonaro, na ocasião, em entrevista à Jovem Pan Itapetininga.
Nessa terça-feira (27/7), o presidente teve um encontro com Ciro Nogueira. Pelo Twitter, o senador disse que havia aceitado o convite de Bolsonaro para chefiar a Casa Civil.
Ciro Nogueira preside o PP, um dos partidos da base de apoio do governo no Congresso, e é um dos principais líderes do Centrão.
“Acabo de aceitar o honroso convite para assumir a chefia da Casa Civil, feito pelo presidente @jairbolsonaro. Peço a proteção de Deus para cumprir esse desafio da melhor forma que eu puder, com empenho e dedicação em busca do equilíbrio e dos avanços de que nosso país necessita”, tuitou o senador.
A dança de cadeiras pegou o general Ramos de surpresa. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no último dia 21, ele disse que não tinha conhecimento da troca e afirmou que foi “atropelado por um trem”. “Eu não sabia, estou em choque. Fui atropelado por um trem, mas passo bem”, assinalou.
Ramos é amigo pessoal do presidente Bolsonaro. O general assumiu a Secretaria de Governo (Segov) em meados de 2019. Como o militar não tinha experiência política, o seu fraco desempenho o levou a ser substituído pela deputada federal Flávia Arruda (PL-DF). Em março de 2021, ele foi para a Casa Civil.
Além de selar o casamento com o Centrão, a nomeação de Ciro Nogueira também busca melhorar a relação com o Senado Federal, que até então não tinha nenhum representante na Esplanada dos Ministérios. As mudanças ocorrem no momento em que o governo se vê acuado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que tem apurado denúncias de irregularidades na negociação de vacinas contra a Covid-19 e desgastado a imagem do Executivo federal.
Atualmente, o parlamentar faz parte da tropa de choque governista na CPI. No passado, no entanto, já apoiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os governos de Dilma Rousseff e Michel Temer. Em 2017, durante entrevista à TV Meio Norte, Ciro afirmou que Bolsonaro “tem um caráter fascista”. O titular do Planalto contemporizou os comentários alegando que “as coisas mudam”.
Atribuições da Casa Civil
Em 1992, no governo Itamar Franco, uma medida provisória conferiu à Casa Civil o status de ministério. Entre as atribuições da pasta, está o assessoramento direto do chefe do Poder Executivo. Por essa função, a pasta é tida como uma das mais importantes dentro do governo. O ministro despacha no próprio Palácio do Planalto, no quarto andar, um acima do gabinete presidencial.