Bolsonaro no alvo da PF: veja as investigações contra o ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de operação da PF que apura suposta fraude em dados de vacinação contra a Covid
atualizado
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Alvo de mandado de busca e apreensão nesta quarta-feira (3/5), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é investigado em ao menos outras oito ações que tramitam na Justiça brasileira. Somente no último mês, Bolsonaro teve que prestar depoimento à PF em duas delas.
Nesta manhã, Bolsonaro foi alvo da Operação Venire, que apura o envolvimento do ex-presidente com uma associação criminosa acusada de fraudar dados de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. O cartão de imunização dele e da filha, Laura, teriam sido alterados.
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Bolsonaro relatou que a busca e apreensão na residência teve como alvo os cartões de vacina dele e da esposa. Ele afirmou que seu celular foi levado pelos investigadores, mas disse não temer o resultado das investigações, pois não teria tomado a vacina contra o coronavírus nem fraudado informações.
Veja imagens da operação na casa do ex-presidente:
Joias sauditas
O ex-ajudante de orgens de Bolsonaro preso esta manhã, tenente-coronel Mauro Cid, também tem o nome envolvido em outra investigação da polícia. Nesse inquérito, a PF apura se o ex-presidenteatuou para ficar com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, que foram presenteadas pelo governo da Arábia Saudita.
O conjunto com colar, anel, relógio e par de brincos foi retido pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos em outubro de 2021, quando um militar tentou entrar no país sem declarar os itens. Mais tarde, foi confirmada a existência de outros dois kits – com relógios, abotoaduras, caneta e mais peças, incorporados ao acervo pessoal do ex-titular do Planalto.
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8 de janeiro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento em 24 de abril, à Polícia Federal (PF), sobre as suspeitas de participação dele nos ataques às sedes do Três Poderes da República, como instigador ou autor intelectual dos atos golpistas.
A corporação investiga se o ex-presidente incitou os apoiadores extremistas contra o Estado Democrático de Direito, na tentativa de reverter o resultado das eleições que declararam a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra ele.
Fake News
Há ainda o inquérito das Fake News e Milícias digitais. Nesse caso, a investigação é de um grupo que espalhou mentiras, discurso de ódio, informações falsas sobre urnas eletrônica e atentou contra o Estado Democrático de Direito.
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Interferência na PF
No inquérito 4831, é analisado se Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal. Esse caso foi denunciado pelo seu ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro, e hoje senador, Sergio Moro.
Nesse caso, a PF não viu indícios de crime por parte do ex-chefe do Executivo. Assim, a vice-procurador-geral da República, Lindôra Araújo, pediu o arquivamento do processo, mas o ministro Alexandre de Moraes, relator no inquérito, não decidiu.
Urnas eletrônicas
Em outro episódio de mentiras sobre as urnas eletrônicas, Bolsonaro é investigado no STF, por meio do Inquérito 4878, por vazar dados sigilosos e descontextualizados de investigação da Polícia Federal sobre um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Aqui ele tentou embasar as dúvidas levantadas em relação às urnas.
Ameaças
Bolsonaro é réu em duas ações penais por incitação ao estupro e injúria contra a deputada federal Maria do Rosário (PT). Ele foi denunciado pela PGR por dizer, no plenário da Câmara dos Deputados, que a deputada “não merecia ser estuprada por ser feia”.
No dia seguinte às afirmações, Bolsonaro enfatizou seu pensamento ao conceder entrevista ao Jornal Zero Hora. Na ocasião, disse que “jamais a estupraria” porque Maria do Rosário “é muito feia, não faz meu gênero”.
Pandemia
No fim do ano passado, a PF afirmou ao STF que Bolsonaro cometeu incitação ao crime, por estimular as pessoas a não usarem máscaras. Ele também teria cometido a contravenção penal de “provocar alarme ou perigo inexistente” ao associar falsamente o uso da vacina da Covid-19 com o desenvolvimento do vírus da Aids.
Em fevereiro, a PGR pediu o arquivamento do caso. Ainda não houve decisão do relator do caso, Alexandre de Moraes.
Vazamento de inquérito
Em fevereiro do ano passado, a PF afirmou que Bolsonaro cometeu o crime de violação de sigilo funcional, ao divulgar uma investigação sigilosa sobre ataque hacker ao TSE. A PGR já pediu para arquivar esse caso, mas o pedido foi negado por Moraes, que também é o relator desse inquérito.
O processo foi instaurado a partir de uma notícia-crime enviada pelo TSE para investigação das condutas de Bolsonaro, do deputado federal Filipe Barros e do delegado da Polícia Federal Victor Neves Feitosa Campos relacionadas à divulgação de dados de inquérito sigiloso da PF, por meio de perfis verificados nas redes sociais.
O objetivo do vazamento, segundo o TSE, seria ampliar a narrativa fraudulenta contra o processo eleitoral, para tumultuar, dificultar, frustrar ou impedir seu pleno funcionamento, “atribuindo-lhe, sem quaisquer provas ou indícios, caráter duvidoso sobre a lisura do sistema de votação no Brasil”.