“Bolsonaro não tem um projeto de país”, afirma Luciano Huck
O apresentador disse que o presidente eleito ganhou “na raça e na garra” e elogiou a equipe econômica escolhida
atualizado
Compartilhar notícia
O apresentador e empresário Luciano Huck avaliou a equipe de governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e avaliou o atual cenário político brasileiro, em entrevista para o Estadão. Na visão de Huck, Bolsonaro ganhou as eleições “na raça e na marra”, apesar de não ter um “projeto de país”.
“Não enxerguei na campanha como um todo, de todos os candidatos, e sigo não enxergando, um projeto de país. Eu não consigo ver. A gente fica discutindo aqui a fiação e o encanamento, mas não as reformas estruturais necessárias, que todos concordam e são necessárias para o país não quebrar”, destacou.
Huck elogiou, porém, a equipe econômica de Bolsonaro. “É extremamente competente, liberal, com uma cabeça boa, comprometida e com nomes muito bons, começando pelo Paulo [Guedes], de quem eu tenho muito respeito e gosto”, comentou.
Sobre a divisão política no país, entre direita e esquerda, o apresentador afirma que “não é hora de fazer oposição”. “Ele ganhou a eleição legitimamente. É hora de ter diálogo, de conversar. Não acho que o Bolsonaro enganou ninguém. Ele está fazendo exatamente o que falou que ia fazer”, observou.
A escolha de Sérgio Moro para o Ministério da Justiça, na avaliação de Huck, é positiva. “Quando você põe um legalista como ministro da Justiça, com o poder que ele tem, está claro que as leis serão seguidas”, elogiou.
O apresentador acredita que novos partidos políticos, mais alinhados ao centro, irão surgir. Sobre a relação com o senador Aécio Neves (PSDB), Huck disse que se afastou após as denúncias contra o político. Em relação ao ex-presidente Lula (PT), ele lamenta, mas reconhece que o petista não está preso “por acaso”.
“Ficou claro que o PT instalou uma quadrilha que assaltou os cofres públicos, o erário. Os fins não justificam os meios. Por mais que o PT tenha tido uma agenda social com um olhar importante, isso não significa que você possa roubar o Estado”, analisou. A entrevista completa está disponível aqui.