Bolsonaro: “Não estou satisfeito com reajuste, mas não vou interferir”
Na quinta (10/3), a Petrobras anunciou o aumento de 18,8% na gasolina e de 24,9% no diesel nas refinarias; repasse já chega ao consumidor
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou, neste sábado (12/3), a criticar a política de paridade internacional praticada pela Petrobras e o recente reajuste no preço dos combustíveis, mas afirmou que não vai interferir na estatal.
“Eu tenho uma política de não interferir, sabendo das obrigações legais da Petrobras. Para mim, particularmente falando, é um lucro absurdo que a Petrobras tem no momento atípico no mundo. Então, falar que eu estou satisfeito com o reajuste [dos combustíveis], não estou satisfeito com reajuste, mas não vou interferir no mercado”, declarou Bolsonaro, após o “mutirão” de filiações do PL, em Brasília, neste sábado.
O que presidenciáveis defendem sobre Petrobras e preço de combustíveis
Na última quinta-feira (10/3), a Petrobras anunciou o aumento de 18,8% na gasolina e de 24,9% no diesel nas refinarias, além de 16,1% no gás liquefeito de petróleo (GLP). O reajuste começou a valer na sexta-feira (11/3).
Na prática, a política implantada no governo Michel Temer, em 2016, tem como base a definição dos derivados de petróleo no mercado internacional, e depende essencialmente da cotação do barril de petróleo e do câmbio. Assim, com o aumento dos valores internacionais, o preço dos combustíveis também sobe no Brasil.
Mudança na Petrobras
Ao ser questionado sobre uma possível mudança de comando da Petrobras, Bolsonaro disse apenas que todo mundo tem condições de ser demitido, menos ele, como presidente, e Hamilton Mourão, como vice. “Todo mundo tem condições de ser trocado, menos o presidente e o vice-presidente da República”, afirmou.
O presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, tem sido alvo de críticas de diversos setores por causa dos sucessivos aumento no preço dos combustíveis.
“Eu sou acionista da Petrobras. Então, eu dou meus palpites. Minhas sugestões são diretamente ao presidente [Joaquim Silva e Luna] quando se faz necessário. Mas isso não é interferência. São sugestões apenas. Tem certas coisas que não precisa comentar. Ele não vai ligar para mim para saber se estou satisfeito com o reajuste. Ele sabe o que eu penso e o que qualquer um brasileiro pensa nisso”, afirmou o presidente.
“Agora, o Brasil tem que entender que quem define esse preço não é o presidente da República, é a Petrobras com os seus diretores e o seu conselho. Você perguntou se ele [Silva e Lula] pode ser trocado, qualquer um pode ser trocado menos eu, logicamente, e o vice-presidente da República que tem mandato”, completou.