Bolsonaro: “Não é uma gripezinha que vai me derrubar”
Presidente lembrou que escapou até mesmo de uma facada, ao minimizar os efeitos do novo coronavírus
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a minimizar os efeitos do novo coronavírus, relembrando que sobreviveu até mesmo a uma facada, no atentado ocorrido em Juiz de Fora na campanha para as eleições de 2018. “Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, tá ok?”, disse o presidente.
As declarações foram dadas em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (20/03). Na ocasião, ao ser questionado sobre quais motivos o levam a não divulgar seus testes para o coronavírus, disse ser “uma pessoa especial”.
“Eu sou uma pessoa especial pela função que eu ocupo, obviamente. Mas fiz os dois exames, minha família fez também, e deu negativo”, ressaltou.
“Se o médico da Presidência ou até o ministro da Saúde, a quem eu sou subordinado nessa área, achar que eu devo fazer algum novo, sem problema nenhum. Várias pessoas do meu lado deram positivo. Se um médico me orientar a fazer um novo exame, eu faço. Do contrário, me comportarei como qualquer um de vocês aqui presentes”, completou.
Anticorpos
Ao sair em defesa do presidente, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que não tem sentido a desconfiança em relação aos resultados dos exames do presidente.
“E se o presidente já tiver anticorpos? Nós só vamos saber no final. Ele é Jair Messias Bolsonaro. Tem um médico assistente que pede exames dentro da necessidade”, observou o ministro.
Mandetta ainda falou sobre a possibilidade de o presidente já ter tido a doença e não ter percebido, criticando as perguntas da imprensa.
“A gente trabalha com 85% de pessoas que atravessam a doença ou sem sintomas ou com sintomas mínimos. Se o presidente já tiver pego e ser um portador assintomático, que já tem anticorpo, vocês vão ficar até o final perguntando se ele não vai fazer um exame todo dia. E se ele já tiver anticorpo? Nós só vamos saber no final”, explicou.
Coisa mórbida
Mandetta disse ainda que há uma corrida de pessoas querendo saber quem está testando positivo para o vírus e que isso tem provocado, inclusive, a invasão de sistemas de laboratórios que realizam os testes. O ministro, no entanto, disse não haver uma investigação em curso sobre essa prática.
“Há uma invasão, não digo nem do presidente, porque ele se submete muito bem nessa questão, mas tem gente procurando saber, parece uma coisa patológica, meio mórbida, tem gente entrando no sistema de laboratórios para saber o nome de pessoas públicas que fizeram exame, isso tem que ter limite. Isso rende notícia, não pode ser assim, calma. Calma pela notícia, as notícias vão acontecendo gradativamente”, reclamou o ministro.