Bolsonaro indaga se ajudante morto por Covid fez “tratamento inicial”
Presidente mostrou que troca de ministros da Saúde não deve mudar a política de governo contra medidas de isolamento social
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender nesta quinta-feira (18/3) o uso de remédios como cloroquina e ivermectina, que, após um ano de pandemia de coronavírus, não comprovaram cientificamente sua eficácia contra a Covid-19. O presidente, que anunciou para esta sexta (19/3) a troca oficial do general Eduardo Pazuello pelo médico Marcelo Queiroga no Ministério da Saúde, mostrou que segue convicto da política do governo para lidar com o problema.
“Seria muito fácil aderir ao lockdown, ao fique em casa, mas eu estaria traindo minha consciência”, disse ele, em transmissão pelas redes sociais nesta noite desta quinta.
“Acho que ficar em casa é bacana. Quem não quer ficar de férias em casa aí?”, ironizou ainda o presidente, que anunciou ações contra as medidas de isolamento social: uma ação no Supremo Tribunal Federal para tirar de governadores e prefeitos o poder de decretá-las e um projeto de lei ampliando a quantidade de atividades consideradas essenciais.
“Para mim, essencial é tudo aquilo que leva o pão para dentro de casa”, discursou o presidente.
Bolsonaro falou na live sobre a morte por Covid-19 de um ajudante de ordens de sua equipe pessoal, o 2º sargento do Exército Silvio Kammers, que faleceu no último dia 4 de março após lutar contra a doença.
“No meu prédio, na Presidência, faleceu a primeira pessoa de Covid, um sargento”, disse Bolsonaro, em meio a um discurso de defesa do que ele chamou de “tratamento inicial”.
O presidente disse que gostaria de perguntar à família do sargento se ele fez esse tratamento no início dos sintomas com remédios para outras doenças que são testados, mas ainda não comprovaram sua eficácia contra a Covid.
“Você pode fazer tratamento inicial e vir a óbito, não é 100%”, avaliou Bolsonaro. “Mas no meu prédio, umas 200 pessoas pegaram e deu certo o tratamento inicial. Deu certo pra mim. Quem não quiser, não usa, mas fica na tua e usa a receita do Mandetta”, provocou Bolsonaro, imitando uma pessoa com falta de ar.