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“Bolsonaro e filhos são machistas”, declara Joice Hasselmann em campanha

Ao cumprir agenda em área verde que pode ser desmatada, deputada defende que mulheres têm de entrar na política “metendo o pé na porta”

atualizado

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missa em homenagem ao dia do professor, na Catedral da Sé agenda Joice Hasselmann eleicoes sao paulo 2020 1
1 de 1 missa em homenagem ao dia do professor, na Catedral da Sé agenda Joice Hasselmann eleicoes sao paulo 2020 1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

São Paulo – Após apresentar mulheres que concorrem à Câmara Municipal de São Paulo pelo PSL, a candidata a prefeita pelo partido conservador, Joice Hasselmann, foi visitar a Praça Mauro Broco, no Tatuapé, zona leste da cidade. Na ocasião, deu entrevista ao Metrópoles na qual defendeu a maior participação feminina na política. E criticou o perfil do governo Bolsonaro, que considera “absolutamente machista”.

“Sou a prova viva disso. Fui a maior vítima do maior machismo feito pelo Palácio. O Bolsonaro e os filhos dele são machistas. Eu achei que não eram. Mordi a língua. Na campanha, eu disse que não era machista, mas machão. Me enganei. É machista”, disse Joice.

A relação da deputada com o antigo aliado, que já vinha se deteriorando, se rompeu de vez com a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que teria “acabado com a Lava Jato”.

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A deputada federal afirma que existe "violência política" contra as mulheres
Segundo Hasselmann, ela foi a maior vítima de machismo dentro do Palácio do Planalto
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A candidata do PSL esteve em área verde que pode ser derrubada pelo metrô

Equipe Joice Hasselmann/Divulgação
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A deputada federal afirma que existe "violência política" contra as mulheres

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Segundo Hasselmann, ela foi a maior vítima de machismo dentro do Palácio do Planalto

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Sem o apoio do governo, a candidata, que tem 1% das intenções de voto em São Paulo, participa de uma campanha em que 23 dos 82 candidatos a vereador pelo PSL são mulheres. Oito delas foram apresentadas por Joice numa live realizada nesta manhã de segunda-feira (19/10).

Na campanha nacional, cerca de 10% dos candidatos do partido são mulheres (731). A participação está abaixo da média nacional, que é de 34% candidatos do gênero feminino, considerando os concorrentes de todos os partidos às prefeituras e câmaras municipais.

Joice classifica o ambiente político como hostil e predominantemente masculino. “Existe uma coisa que eu descobri, que não sabia que existia, que é a violência política contra a mulher. Existe. Então, muitas mulheres, como eu, têm que chegar metendo o pé na porta, se fazendo mais forte que todos os outros homens para se impor e se fazer respeitar”, afirmou.

Situada à direita conservadora no espectro político e contra pautas históricas do feminismo, como o aborto, a parlamentar mulher eleita com mais votos na história da Câmara dos Deputados acredita que a luta pelos direitos femininos não deve se restringir à ideologia de esquerda.

“A direita precisa de um movimento feminino. A esquerda se apropriou do movimento feminista, que não nasceu como um movimento de esquerda nem de direita, mas para lutar pelos direitos da mulher. A esquerda foi inteligente. A gente precisa fazer uma revolução de mulheres, de maneira apartidária”, disse ela.

Desapropriação    

Tombada pelo Iphan, a Praça Mauro Broco, no Jardim Têxtil, próximo ao Tatuapé, na zona leste de São Paulo, tem cerca de 375 árvores que estão em vias de serem derrubadas para a construção de uma área anexa à linha 2 do metrô. Os moradores da região se juntaram para defender a área verde e convidaram Joice para ajudá-los no local.

“Não tem que cortar árvore nenhuma”, declarou a parlamentar à vizinhança do bairro, garantindo que participará da ação coletiva contra a Prefeitura e o Governo de São Paulo.

“A Prefeitura derrubou 10 mil árvores neste ano. O que foi plantado não cobre esse déficit. É de uma incompetência absurda. Proponho o plantio de 1,2 milhão de árvores no meu governo”, disse Joice. Segundo ela, durante a gestão do atual prefeito, Bruno Covas, cerca de 100 mil árvores foram derrubadas na cidade, número similar ao da gestão anterior.

No caso da Praça Mauro Broco, onde já se vê intervenções e funcionários do Metrô-SP trabalhando, o processo de desapropriação foi suspenso por 90 dias pelo Ministério Público, mas tramita em sigilo.

“Os moradores, que são a única parte interessada, não podem saber como está o processo”, constatou Joice, garantindo apoio político aos cidadãos reunidos na ocasião. “O melhor caminho é levar a discussão para a Justiça”, afirmou, “São Paulo precisa de mais verde, não de menos verde”.

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