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Bolsonaro diz que vai mostrar cláusulas de contratos das vacinas

Ministro da Saúde afirmou que laboratórios têm sido duros com o Brasil e discute com o Congresso flexibilização com a Pfizer e a Janssen

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1 de 1 posse ministro pazuello saude 3 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quarta-feira (24/2), em agenda em Rio Branco (AC), que todas as cláusulas dos contratos com as fabricantes de vacinas contra a Covid-19 serão mostradas à população. O objetivo é isentar o governo federal de possíveis efeitos colaterais dos imunizantes.

“Tem cláusula que diz a total não responsabilização do laboratório por possíveis efeitos colaterais. Então, é uma coisa de extrema responsabilidade de quem, por ventura, no Brasil, tiver que dar a palavra final — se sou eu como presidente, se é o Parlamento derrubando um possível veto ou se é o Supremo Tribunal Federal. Agora, todas as cláusulas serão mostradas à população para que, na ponta da linha, cada um saiba o que está sendo aplicado.”

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o governo federal está em tratativas com laboratórios dos Estados Unidos há seis meses. Segundo ele, as empresas têm sido muito duras com o Brasil.

“Nós estamos negociando com os laboratórios, basicamente com o americanos, com a Pfizer e a Janssen — que é a Johnson & Johnson — há seis meses. E essas negociações implicam nas discussões das cláusulas exigidas. E nós temos sido muito duros e eles têm sido mais duros que a gente. Ou seja, eles não afrouxam uma vírgula”, queixou-se o ministro.

De acordo com Pazuello, o governo está tratando do assunto junto ao Congresso e discutindo termos de flexibilização de lei. “Cabendo a mim cumprir o que vier, se vier uma autorização clara, flexibilizando todas as atividades, sim, nós vamos comprar a Pfizer e a Janssen. Já está com o cronograma de entrega entregue para nós.”

Na terça-feira (23/2), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu registro definitivo à vacina contra Covid-19 produzida pela Pfizer/Biontech. É o primeiro desta modalidade aceito no Brasil — os anteriores foram outorgados em caráter de uso emergencial. No entanto, as negociações do governo federal para compra desse imunizante ainda estão travadas.

Ritmo da vacinação

O chefe da pasta da Saúde também afirmou que o Brasil está muito acelerado na campanha de vacinação contra a Covid-19. Até o momento, segundo levantamento do Our World In Data, o Brasil já aplicou 7,2 milhões de doses, a maior parte sendo a primeira dose. O país está em sétimo lugar se comparada à quantidade de doses aplicadas em países como Estados Unidos, China e Israel.

“Nós hoje já estamos muito, muito acelerados na nossa vacinação em relação ao restante do mundo. E isso é muito importante. Isso demonstra que nós temos tradição em vacinar; o nosso povo aceita a vacinação como uma solução; nós temos uma estrutura de PNI há 30 anos que aplica em torno de 300 milhões de doses/ano, todos os anos.”

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