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Bolsonaro diz que passou mandato se defendendo de interferência do STF

Além de reclamar de decisões da Suprema Corte, Bolsonaro disse que o governo está “jogando dentro das quatro linhas da Constituição”

atualizado

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O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores e fala com a imprensa na saída do Palácio da Alvorada
1 de 1 O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores e fala com a imprensa na saída do Palácio da Alvorada - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira (19/5), que passou metade do mandato se defendendo de “interferências indevidas” do Supremo Tribunal Federal (STF).

A declaração foi dada durante discurso do chefe do Executivo federal no congresso Mercado Global de Carbono, realizado nesta manhã, no Rio de Janeiro.

Segundo o mandatário, os ministros de Estado poderiam estar em outros postos de trabalho, ganhando salários mais elevados, mas preferiram ficar no governo e “sofrer muito com interferência do Poder Judiciário”.

“Muitos dos meus ministros poderiam estar muito bem de vida, ganhando 10 vezes mais em outro local, mas preferiram vir para dentro do governo e sofrer muito com interferência explícita do Poder Judiciário, o que é muito lamentável. [Passei] mais da metade do meu tempo me defendendo de interferência indevida do STF. É triste isso daí”, pontuou.

Além de reclamar de decisões do Supremo, o chefe do Palácio do Planalto disse que o governo está “fazendo sua parte e jogando dentro das quatro linhas [da Constituição]”. O presidente voltou a levantar dúvidas sobre a segurança do processo eleitoral.

“As Forças Armadas foram convidadas a participar do processo eleitoral, e não vão ser jogadas no lixo as observações, as sugestões das Forças Armadas. Eu quero que aqui, quem porventura votar no outro lado, o voto será respeitado. Quem votar pro lado de cá também seja respeitado. Não podemos enfrentar um sistema eleitoral onde paire a sombra da suspeição”, disparou.

Ação no STF

Na noite de terça-feira (17/5), Bolsonaro anunciou ter ajuizado ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro Alexandre de Moraes por “abuso de autoridade”.

Como justificativa, o mandatário apontou “sucessivos ataques à democracia, desrespeito à Constituição e desprezo aos direitos e garantias fundamentais” que teriam sido cometidos por Moraes.

O prosseguimento da ação, no entanto, foi negado pelo ministro Dias Toffoli. O relator da ação no Supremo ressaltou, em sua decisão, que os fatos narrados pelo presidente  “não constituem crime e que não há justa causa para o prosseguimento do feito”. Após a negativa, Bolsonaro recorreu à Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar Moraes.

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A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro
No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo
O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF
“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão
Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente
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Daniel Ferreira/Metrópoles
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A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro

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No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo

Reprodução
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O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF

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“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão

Fábio Vieira
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Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente

Aline Massuca
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Moraes também é relator de inquéritos em que o presidente e vários de seus aliados aparecem como investigados

Daniel Ferreira/Metrópoles
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O mais recente é o que investiga Bolsonaro por associar as vacinas contra a Covid-19 com a contração do vírus HIV, causador da aids

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O inquérito motivou o início de mais um round entre os dois

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“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidente

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Agenda no Rio de Janeiro

O presidente cumpre agenda oficial no Rio de Janeiro nesta quinta. Pela manhã, Bolsonaro participou de visita ao Instituto de Pesquisas Jardim Botânico. Ele discursou durante o congresso Mercado de Carbono e deve comparecer a um almoço com autoridades presentes no evento.

Além de Bolsonaro, outros gestores do governo federal estão confirmados no congresso. É o caso dos ministros Joaquim Leite, do Meio Ambiente, e Paulo Guedes, da Economia.

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