Bolsonaro diz que não precisa da Alemanha para preservar Amazônia
A declaração veio um dia após o Ministério do Meio Ambiente alemão anunciar corte em fundo para preservação da floresta
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) minimizou os efeitos da decisão da Alemanha de suspender o investimento de R$ 155 milhões na Amazônia. O chefe do Palácio do Planalto disse que o país europeu estava “comprando à prestação” o Brasil.
A declaração veio um dia após o Ministério do Meio Ambiente alemão anunciar o corte de recursos para o fundo de preservação da Amazônia como consequência das mudanças que o atual governo vem implementando na gestão ambiental do país.
“Vai deixar de comprar à prestação a Amazônia. Pode fazer bom uso dessa grana. O Brasil não precisa disso”, comentou Bolsonaro neste domingo (11/08/2019).
Até então, a Alemanha financiava projetos para a proteção da floresta e da biodiversidade. De 2008 a 2019, o governo alemão liberou um total de 95 milhões de euros para diferentes projetos de preservação ambiental no Brasil.
A pauta ambiental está ao centro de uma crise no governo de Bolsonaro. A divulgação de números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que mostram o aumento do desmatamento no país desagradou ao presidente.
Bolsonaro acusou o ex-diretor do órgão Ricardo Magnus Osório Galvão de agir a serviço de uma organização não governamental (ONG) internacional. O desentendimento público acabou em demissão.
A área da Amazônia com alerta de desmatamento subiu 278% em julho, comparada ao mesmo mês de 2018. No ano passado, houve alerta em 596,6 km² na região. Em 2019, o número foi de 2.254,9 km², segundo o Inpe.
Após a demissão de Galvão, Bolsonaro disse o Inpe vai apresentar os dados para a Presidência antes de divulgá-los e criticou que “maus brasileiros” usam essas informações para prejudicar o país.
Dia dos Pais
Neste domingo (11/08/2019), Dia dos Pais, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) quebrou o protocolo e passeou pelas ruas de Brasília. De moto, o chefe do Palácio do Planalto esteve no Clube da Aeronáutica, no Setor de Clubes Norte, no Pontão do Lago Sul, onde pilotou um jet-ski, lanchou na Feira da Torre de TV e passou pela Catedral Metropolitana de Brasília.
Bolsonaro foi recebido por apoiadores Na Torre de TV. Os simpatizantes do governo disseram palavras de apoio. O presidente tirou fotos e tomou caldo de cana.
Contudo, durante sua passagem pela feira, Bolsonaro também foi alvo de protestos. Mulheres gritaram palavras de ordem e chamaram o presidente de “autoritário” e “fascista”. Ele não rebateu as críticas.
Questionado sobre a internação de Maria Aparecida Firmo Ferreira, 78 anos, avó materna da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ele se irritou. “Uma pergunta dessas para estragar o Dia dos Pais? Tenha paciência”, disse.
A idosa sofreu uma lesão na bacia e passou por dois hospitais públicos — o Hospital Regional de Ceilândia e o Hospital de Base do DF.