Reforma da Previdência: Bolsonaro pede “sacrifício” aos militares
Em discurso de cinco minutos para fuzileiros, presidente disse que vai cumprir a missão imposta a ele no dia 1º de janeiro
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro disse, na manhã desta quinta-feira (7/3), durante cerimônia dos 211 anos do Corpo de Fuzileiros Navais, ter confiança de que a reforma da Previdência será aprovada e pediu “sacrifício” aos militares para serem incluídos. Em um discurso de cinco minutos, Bolsonaro disse que vai cumprir a missão imposta a ele no dia 1º de janeiro.
“Peço também o sacrifício porque entraremos, sim, na nova Previdência, que atingirá os militares. Mas não deixaremos de lado e não esqueceremos as especificidades do cargo de vocês. Temos um ministério firmado por pessoas comprometidas com o futuro do Brasil, que nos ajudam a conduzir essa grande nação”, disse o presidente.
A declaração acontece após críticas de agentes do mercado e auxiliares sobre o engajamento do presidente da República na disseminação do projeto de aposentadoria pública apresentado pela equipe econômica de Paulo Guedes duas semanas antes do Carnaval.
No último dia da festa, Jair Bolsonaro se envolveu em nova polêmica, após postar em sua conta no Twitter um vídeo no qual dois homens aparecem em atos obscenos, supostamente em um bloco de rua.
Reportagem do Estado revela que, dos 515 tuítes do presidente Jair Bolsonaro desde que tomou posse, no dia 1° de janeiro, apenas cinco tratam da reforma da Previdência. O número é inferior ao de postagens sobre piadas, oito tuítes. No topo do ranking, estão publicações sobre agradecimentos e saudações, 95 tuítes, ideologia e doutrinação, com 51 mensagens, e críticas à imprensa, com 31 postagens.
Sem entrar diretamente nesse assunto durante o discurso desta quinta (7), Jair Bolsonaro limitou-se a dizer que a missão é governar ao lado “das pessoas de bem”.
“Minha segunda missão [governar o Brasil] será cumprida ao lado das pessoas de bem do nosso Brasil, daqueles que amam a pátria, daqueles que respeitam a família, daqueles que querem aproximação com países que têm ideologia semelhantes à nossa, daqueles que amam a democracia e a liberdade”, afirmou, completando que “só existe democracia e liberdade quando a Força Armada assim o quer”.