Bolsonaro diz que Lula negocia ministérios em troca de apoio eleitoral
Após alta médica em São Paulo, presidente Bolsonaro diz que Lula negocia distribuição de cargos no poder público para viabilizar candidatura
atualizado
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São Paulo – Antes de deixar o hospital em São Paulo na manhã desta quarta-feira (5/5), além de falar sobre seu estado de saúde, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou a oportunidade para criticar seu principal adversário na próxima eleição: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as atuais pesquisas de intenção de voto.
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Bolsonaro insinuou que, para viabilizar sua candidatura, Lula está loteando seu futuro governo com a distribuição de cargos para seus potenciais aliados.
“Sabe como o Lula está conseguindo apoio por aí? Com lideranças políticas? Negociando. Eu não vou falar aqui para não polemizar mas para uma dessas pessoas (um líder político), ele ofereceu a Caixa Econômica e um ministério. Assim ele tá fazendo. Então ele consegue adesão de alguns partidos, em troca de ministérios, de bancos oficiais e de estatais”, afirmou Bolsonaro.
Lula aparece na frente de Bolsonaro em pesquisas de intenção de voto. Na última Datafolha, feita entre os dias 13 e 16 de dezembro, Lula tinha 59% das intenções de voto enquanto Bolsonaro tinha 30%, para eventual segundo turno nas eleições de 2022.
O comentário de Bolsonaro sobre Lula foi feito quando ele respondia sobre os pedidos de demissão da ministra Flávia Arruda (PL), chefe da Secretaria de Governo, por partidos da base aliada. Bolsonaro alegou “desconhecer onde a ministra está errando” e disse que ele mesmo a indicou ao cargo. “Ela não será demitida pela imprensa”.
Na mesma entrevista, Bolsonaro voltou a lançar dúvidas sobre o processo eleitoral brasileiro. O presidente afirmou que o Ministério da Defesa, que acompanha o processo eleitoral, questionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre supostas fragilidades na urna eletrônica.
“Não tenho preocupação com o TSE. As Forças Armadas foram convidadas pelo ministro Barroso a participar das eleições. Aceitamos. Vamos participar de todo o processo. E a Defesa agora fez alguns questionamentos ao ministro Barroso, do TSE, sobre fragilidades da urna eletrônica. Estamos aguardando a resposta. Pode ser que ele nos convença. Mas se nós não estivermos errados, pode ter certeza que algo tem que ser mudado no TSE”, afirmou.
Internado desde a madrugada de segunda-feira (3/1), o presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o hospital Vila Nova Star, em São Paulo, por volta das 10h20 desta quarta-feira (5/1).
Alta médica
Mais cedo, ele anunciou, por meio de uma postagem no Twitter, que havia sido liberado por sua equipe médica a voltar para casa. E, antes de deixar o hospital, Bolsonaro concedeu uma entrevista coletiva na unidade hospitalar ao lado dos médicos que o atenderam.
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O cirurgião Antônio Macedo, médico responsável pelo atendimento ao presidente, comentou a evolução de seu estado de saúde, antes do início da entrevista.
“O presidente tem uma saúde muito boa. Ele se recuperou rapidamente. Quando cheguei aqui (na manhã de terça, 4/1), o intestino estava começando a funcionar. No dia seguinte, já estava funcionando normalmente”, elogiou o médico.