Bolsonaro: “Lula não vai fazer o que bem quer do futuro da nação”
Ex-presidente discursou brevemente a aliados durante evento do PL, para recepcioná-lo em Brasília. Bolsonaro esteve por três meses nos EUA
atualizado
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, no primeiro pronunciamento após o retorno ao Brasil, nesta quinta-feira (30/3), que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “não vai fazer o que bem quer do futuro da nossa nação”. O ex-chefe do Executivo desembarcou na capital federal na manhã desta quinta, após passar três meses em território norte-americano.
“O Parlamento está nos orgulhando, pela forma de se comportar, de agir lá dentro, fazendo realmente o que tem que ser feito, e mostrando para esse pessoal aqui por ora e que, no pouco tempo que está no poder, não vão (sic) fazer o que bem quer do futuro na nossa nação”, afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente fez a declaração durante breve pronunciamento a aliados reunidos em evento organizado pelo Partido Liberal (PL), em Brasília, para recepcioná-lo. O Brasil 21, local do evento de recepção ao ex-presidente, recebeu apoiadores. A cerimônia com o capitão reformado, no entanto, foi fechada a convidados – a maioria, parlamentares, sem a participação de apoiadores e da imprensa.
Na próxima semana, o ex-titular do Planalto assumirá formalmente a função de “presidente de honra” do PL e deverá despachar de seu escritório. No pronunciamento, Bolsonaro também citou a “grande responsabilidade” do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e o chamou de “chefe”.
“É com grande prazer que retorno. Volto como presidente [de honra] do PL. O nosso chefe Valdemar [Costa Neto], presidente do partido, tem uma tremenda responsabilidade também. Porque o PL, juntamente com o PP, vai colaborar para que a gente consiga fazer 60% das prefeituras do Brasil.”
Bolsonaro focará em fortalecer base para eleições de 2024
Em conversa com os integrantes do PL, Bolsonaro afirmou que estará comprometido na construção de uma campanha alinhada com diretórios estaduais para eleger o maior número de prefeitos e vereadores.
Conforme apurou o Metrópoles, a expectativa dos filiados ao partido é que o ex-presidente seja “a cara” dos candidatos que vão concorrer em 2024. Ainda na força-tarefa para conseguir novos eleitos no próximo ano, Bolsonaro deve acompanhar candidatos do partido e percorrer o Brasil, sobretudo na Região Nordeste e em estados considerados prioritários para o PL, tais como Rio de Janeiro e São Paulo.
Na mira da próxima rodada eleitoral, o partido de Jair também lançou recentemente Michelle Bolsonaro no mundo político. Há expectativa de que agora, como presidente do PL Mulher, a ex-primeira-dama tente alcançar o público feminino.
Veja Bolsonaro sendo recepcionado por parlamentares:
Jair Bolsonaro na sede do PL sendo recepcionado por aliados. pic.twitter.com/gxjEshA4qm
— Metrópoles (@Metropoles) March 30, 2023
Evento do partido
O ex-presidente Jair Bolsonaro desembarcou no Aeroporto Internacional de Brasília, por volta das 7h da manhã, e seguiu sem falar com apoiadores até evento fechado nesta quinta-feira (30/3) na sede do Partido Liberal, em Brasília, organizado por aliados e dirigentes da sigla.
A recepção terá a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro; do presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto; e do ex-ministro Walter Braga Netto.
O partido não prevê discurso ou evento público no restante do dia. Contudo, Bolsonaro fez uma breve fala aos presentes no local. Conforme apurou o Metrópoles, o presidente Valdemar e Michelle devem fazer considerações à volta do ex-chefe do Executivo aos presentes.
Bolsonaro saiu do Brasil em 30 de dezembro do ano passado, às vésperas da cerimônia de posse de Lula – sem, portanto, passar a faixa presidencial para o sucessor. Ele chegou aos EUA na noite daquela data. Dias antes, havia anunciado que viajaria para Orlando e lá passaria por um “período sabático”, com o fim do mandato.
O ex-chefe do Executivo retorna ao país com um cenário judicial complexo a encarar. É investigado pelo caso das joias sauditas, por suposta incitação aos atos golpistas de 8 de janeiro e alvo de 16 ações que podem torná-lo inelegível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).