Bolsonaro diz que Brasil concederá visto humanitário a ucranianos
País tem uma grande colônia ucraniana, sobretudo no estado do Paraná. Estima-se que há cerca de 600 mil descendentes em território nacional
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira (28/2), que o Brasil receberá ucranianos através de vistos humanitários. O mandatário disse que contatou o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, para providenciar os trâmites necessários e acrescentou que a portaria interministerial deve ser publicada até esta terça-feira (1°/3).
“Vamos abrir a possibilidade de ucranianos virem ao Brasil através do visto humanitário”, afirmou Bolsonaro, em entrevista à Rádio Jovem Pan. O presidente destacou as dificuldades para as pessoas saírem do país, com espaço aéreo fechado, mas disse que o Brasil receberá ucranianos e familiares. “Serão bem recebidos”, declarou.
O Brasil possui uma grande colônia ucraniana, sobretudo no estado do Paraná. Estima-se que há cerca de 600 mil descendentes no país.
O mandatário iniciou a entrevista reafirmando a neutralidade diante do conflito no Leste Europeu para evitar problemas ao Brasil, citando novamente a questão dos fertilizantes. Bolsonaro citou que o encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, disse que ele estava “mal informado”, mas não o respondeu.
Na noite do domingo (27/2), Bolsonaro rechaçou qualquer sanção à Rússia e disse que o presidente russo, Vladimir Putin, não estava promovendo um massacre na Ucrânia.
O chefe de Estado brasileiro disse também que não tinha o que conversar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Dias antes de iniciar o conflito, Bolsonaro realizou uma visita presidencial ao homólogo russo, Vladimir Putin.
Guerra da Ucrânia
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.
Diante disso, tropas russas, orientada pelo presidente Vladimir Putin, iniciou, na última quinta-feira (24/2), uma ampla operação militar para invadir a Ucrânia. Em pronunciamento, ele fez ameaças e disse que quem tentar interferir no conflito sofrerá consequências nunca vistas na história.
Hoje o conflito chega ao quinto dia. Ao menos 198 pessoas morreram nos confrontos, segundo o governo ucraniano. Outras 1.115 ficaram feridas. O governo ucraniano afirma que 100 mil soldados russos estão no país.
Russos sitiaram Kiev e tentam tomar o poder. Hospitais, orfanatos, prédios residenciais, além de escolas e creches, já foram alvos de bombardeios na Ucrânia. República Tcheca, Polônia, França, Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Portugal e Bélgica anunciaram o envio de ajuda estrutural de armas e dinheiro para a Ucrânia, que resiste.