Bolsonaro diz que alta do preço dos alimentos se deve ao isolamento social
O presidente ainda criticou o decreto do governo de São Paulo que aumenta alíquota de ICMS a partir de 2021
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta segunda-feira (23/11), que a causa da alta nos preços dos alimentos é o isolamento social adotado durante a pandemia do coronavírus.
“A situação não está fácil. Eu sei que há muita coisa para fazer. O pessoal aí tem reclamado do preço dos alimentos. Tem subido sim, além do normal. A gente lamenta. Também é uma consequência do ‘Fica em casa’. Quase quebraram a economia”, declarou o mandatário da República em conversar com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada.
Em 2020, a disparada no preço dos alimentos fez a inflação percebida pelos brasileiros pobres mais do que triplicar em relação à pelos ricos. De janeiro a outubro, a inflação das famílias de renda muito baixa foi de 3,68%. Enquanto isso, a das de renda alta ficou em apenas 1,07%. Entre os itens com maiores reajustes, estão arroz, feijão, carne, óleo de soja, ovos e leite.
O chefe do Executivo disse ainda que não pode ser culpado pela inflação dos alimentos e criticou a lei que prevê aumento da alíquota do Imposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em São Paulo – o reajuste do tributo, porém, passa a valer somente a partir do início do próximo ano.
“São Paulo aumentou ICMS de quase tudo, inclusive de produtos da cesta básica. Tem muita coisa errada, sabemos disso, mas a responsabilidade tem de ser apontada para quem de direito. Todo mundo aponta para mim essa questão dos preços dos alimentos. Estamos fazendo o possível para voltar à normalidade”, pontuou.
De acordo com estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os preços dos alimentos subiram tanto por causa de um choque de oferta, uma vez que o dólar valorizado e a demanda externa impulsionaram o aumento das exportações brasileiras, quanto pelo aumento na demanda doméstica por alimentos básicos, sustentada pelo pagamento do auxílio emergencial em meio à pandemia do novo coronavírus.
Ajudas
O presidente citou, entre os feitos do governo na economia, linhas de crédito e ajuda para as pequenas e microempresas, além do auxílio emergencial. Os dois projetos foram aprovados pelo Congresso e, no início da pandemia, contaram com resistência tanto do chefe do Executivo federal como da equipe econômica do governo.
“Se não estivéssemos fazendo o possível, como foi lá atrás, para ajudar pequena e microempresa, o auxílio emergencial, acho que estaria terrível a situação aqui no Brasil”, destacou o presidente.
O titular do Palácio do Planalto ainda reclamou das críticas aos operadores do agronegócio brasileiro, que, com o dólar alto no Brasil, preferiram exportar a produção, medida determinante para o aumento do preço da carne, do arroz e de outros itens da cesta básica. Segundo o presidente, as críticas são infundadas.
“Agora tem gente criticando o agronegócio. Coisas infundadas, mas não ouça, gente”, disse o mandatário do país aos apoiadores. “Todo tempo é mentira e tentando desgastar o governo, em vez de a esquerdalha mostrar o que fez. Não vão mostrar porque só roubaram. Então, eles têm que tentar caluniar os outros”, disparou.