Bolsonaro diz que abraçaria Allan dos Santos se o encontrasse nos EUA
Presidente faz sua live semanal pelas redes sociais, transmitida da biblioteca do Palácio da Alvorada, e defendeu o aliado foragido
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL), em sua live semanal nesta quinta-feira (16/6), se defendeu das críticas por ter participado de evento político nos Estados Unidos com a presença do extremista Allan dos Santos, que tem a prisão decretada no Brasil, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e vive foragido na América do Norte.
“Eu não vi o Allan dos Santos nos EUA. Se tivesse visto, teria apertado a mão dele, sem problema nenhum”, disse Bolsonaro, que defendeu o aliado:
“Ele não está na lista vermelha da Interpol. O crime que ele cometeu, segundo um ministro do Supremo, para mim não é crime. Você pode me falar que eu tenho que reconhecer o que o Supremo decide, mas não, pera aí. Para mim, não é crime o que ele cometeu”, explicou o presidente.
“Se for alguma coisa passível de qualquer ação, é injúria, calúnia, difamação, que a pena não é prisão. E existe acordo entre EUA e Brasil e, no caso do Allan dos Santos, mesmo que ele venha a ser condenado aqui, pelo cara que denuncia e julga, não está no acordo de extradição essa possibilidade”, discursou Bolsonaro.
“Se tivesse visto o Allan dos Santos, teria apertado a mão dele, dado um abraço nele, e ponto final”, concluiu o presidente.
Bolsonaro costuma dizer que o aliado teve a prisão decretada por “crime de opinião”, mas o ministro do STF Alexandre de Moraes listou outros crimes dos quais Allan dos Santos é acusado ao autorizar a prisão preventiva do extremista bolsonarista.
Segundo Moraes, “a Polícia Federal apresentou indícios fortes, plausíveis e razoáveis da vinculação do representado Allan Lopes dos Santos à prática de diversos crimes”.
Moraes afirma que Allan dos Santos é um dos líderes do grupo criminoso responsável por atacar integrantes das instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral, reforçar o discurso de polarização e gerar animosidade na sociedade brasileira.
Allan dos Santos, segundo o ministro, montou uma “verdadeira estrutura destinada à propagação de ataques” contra o STF, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Senado Federal, com foco voltado contra a CPI da Pandemia.
O ministro aponta que Allan dos Santos é suspeito de cometer crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Moraes afirma que é importante destacar que as “condutas criminosas” de Allan dos Santos têm a intenção de “fazer dinheiro”. Ele diz que, apesar das medidas cautelares impostas anteriormente, o extremista ampliou o protagonismo na organização criminosa da qual faz parte.
Ação no Supremo
A ministra Cármen Lúcia, do STF, solicitou na última terça-feira (14/6) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre a conduta do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Justiça, Anderson Torres, durante a mais recente visita das autoridades brasileiras aos Estados Unidos.
Na ocasião, o chefe do Executivo federal e outros membros da comitiva presidencial participaram de motociata com apoiadores. Entre os presentes, estava Allan dos Santos.
O militante e dono do extinto site Terça Livre é investigado em dois inquéritos na Suprema Corte: um sobre a propagação de fake news e outro sobre participação em milícias digitais que ameaçariam a democracia brasileira.
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