Bolsonaro comparou ditadura à briga de casal que deve ser superada
O presidente disse ser preciso “rememorar” a data de início da ditadura para aprender com os erros e acertos do período
atualizado
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Em cerimônia de comemoração dos 211 anos da Justiça Militar no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) comparou a ditadura militar a brigas de casais que devem ser “esquecidas lá na frente”. “Vamos supor que fôssemos casados, tivéssemos um problema, resolvêssemos nos perdoar lá na frente. É para não voltar naquele assunto do passado, que houve aquele mal entendido entre nós”, explicou.
Para Bolsonaro, a ditadura militar é um período da história do Brasil e, por isso, não deve ser ignorada. “É história isso aí, têm datas ali. Eu não coloquei o primeiro parágrafo do julgamento da revolução de 7 de outubro de 1984. É uma realidade, você quer que eu repita pra você aqui?”, afirmou o presidente. Com ironia, ele começou a recitar o texto.
“A Lei da Anistia está aí e valeu para todos”, apontou. Ele defendeu que o governo militar ajudou para que a lei fosse ampliada. “Lei da Anistia valeu para todo mundo e ponto final, não toca mais no assunto”, retrucou.
A respeito das comemorações sobre a data que iniciou a ditadura militar no Brasil, em 31 de março de 1964, Bolsonaro alegou que não vai comemorar, mas sim “rememorar, rever e ver” o ocorrido para trazer melhorias ao Brasil. “Vamos ver o que está errado e o que está certo e usar isso para o bem do Brasil no futuro”, concluiu o presidente.
As comemorações militares foram determinadas pelo presidente na última segunda-feira (25). “Cumpre informar que as Consultorias Jurídicas do Ministério da Defesa e as Consultorias Jurídicas-Adjuntas das Forças Armadas estão elaborando pareceres sobre o tema, os quais estarão prontos no prazo assinalado pelo MPF para resposta”, destacou o ofício.
Até lá, o Comando do Exército determinou às unidades militares que mantenham as solenidades pelo aniversário do golpe militar de 31 de março de 1964. Em caráter “urgentíssimo”, um ofício aos quartéis pediu aos chefes das organizações militares que aguardem o resultado de análise feita pelo Ministério da Defesa e pelas consultorias jurídicas das Forças Armadas a respeito de “inúmeras” recomendações do Ministério Público Federal contra as solenidades.