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Bolsonaro chama Bonner de “sem-vergonha” e diz que “acabou teta do governo”

Presidente mandou recado ao apresentador da TV Globo, depois de reportagem da emissora mostrar desabastecimento de seringas

atualizado

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Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em conversa com apoiadores nesta quinta-feira (7/1), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disparou críticas ao apresentador do Jornal Nacional William Bonner. O mandatário chamou o âncora da TV Globo de “sem-vergonha”. A fala foi proferida em reação a uma reportagem apresentada na noite de quarta-feira (6/1) sobre a suspensão da compra de seringas pelo governo federal.

“William Bonner, sem-vergonha, vai ter seringa pra todo mundo. William Bonner, por que teu salário foi reduzido? Porque acabou a teta do governo. Vocês têm que criticar mesmo. Quase R$ 3 bilhões por ano para a imprensa e, em grande parte, pra vocês. Acabou a grana, William Bonner”, disse Bolsonaro.

Em seguida, Bolsonaro fez críticas à diferença salarial entre Bonner e a coapresentadora do Jornal Nacional Renata Vasconcellos, e fez alusão à delação do doleiro Dario Messer.

“E outra coisa: que vergonha, você defende tanto o salário igual de homem e mulher, né? Por que a Renata ganha a metade do que você ganha? Por que você não fala do 1 bilhão e 700 milhões de reais rou… desvi… roubados pelo seu patrão Marinho, de acordo com o doleiro Dario Messer?”, disse Bolsonaro.

A Globo foi procurada pela reportagem para comentar as declarações do presidente da República, mas ainda não respondeu. O espaço permanece aberto para manifestações.

Seringas

No fim de dezembro, o Ministério da Saúde abriu licitação para adquirir 300 milhões de seringas e assegurar as condições para a vacinação contra a Covid-19, mas só conseguiu oferta para adquirir 7,9 milhões no pregão eletrônico. O número corresponde a cerca de 2,4% do total de unidades que a pasta desejava adquirir.

Segundo o chefe do Executivo, a compra de seringas foi suspensa devido à alta de preços do produto. Nesta quinta, Bolsonaro disse que, se comprasse, seria acusado de superfaturamento.

“Vocês falam que eu não comprei a seringa agora, porque quando eu fui comprar o preço dobrou. E se eu compro, vão falar que eu comprei superfaturado. Não dou essa chance pra vocês. O Brasil é um dos países que mais produz seringas. Não vai ter falta”, afirmou.

Críticas à imprensa

Bolsonaro voltou a fazer críticas à imprensa de modo geral devido à cobertura da pandemia de Covid-19. “Para a imprensa, para a Globo, interessam as mortes. A Globo tá preparando a festa dos 200 mil mortos. Deve acontecer amanhã ou depois. Vai ser festa na Globo, preparada já”, disse.

O mandatário também afirmou que fez a parte que lhe cabia no enfrentamento da pandemia e se opôs, novamente, à decretação de novos lockdowns para conter a disseminação do vírus no país.

“Nós demos, no ano passado, bilhões para estados e municípios. Nós fizemos a nossa parte. Agora, a imprensa não fez a dela. Levou o terror para a opinião pública, em vez de enfrentar, com verdade, a questão do vírus, proteger quem tem que ser protegido e preservar aí os empregos, não fizeram isso.”

“Se começarem a fechar tudo de novo, vai quebrar o Brasil. O Brasil vai se empobrecer. E um país de pobres, de famintos, a gente não sabe o que vai acontecer”, comentou.

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