Bolsonaro ao pedir desculpas a Israel: “Querem me afastar dos judeus”
Presidente enviou carta após declaração de que era possível perdoar os nazistas. Segundo ele, o perdão é “pessoal” e não histórico
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) enviou carta a embaixada israelense neste domingo (14/4) após uma declaração sua ter provocado reações negativas do Memorial do Holocausto e do presidente israelense, Reuven Rivlin.
Na quinta-feira (11/4), após encontro com evangélicos no Rio, o presidente disse que “poderia perdoar, mas não esquecer”, o extermínio de 6 milhões de judeus pelos nazistas. “O perdão é algo pessoal, nunca num contexto histórico como no caso do Holocausto, onde milhões de inocentes foram mortos num cruel genocídio”, escreveu o presidente à embaixada.
A carta foi uma reposta às críticas sofridas por Bolsonaro após a declaração. Rivlin, que preside Israel, disse, em sua página no Twitter: ““Nós nunca perdoaremos e nunca esqueceremos”. O israelense acrescentou que líderes políticos são responsáveis por moldar o futuro e historiadores descrevem o passado. “Nenhum deveria vagar pelo território do outro”, completou.
O Memorial do Holocausto publicou: “Não é direito de nenhuma pessoa determinar se crimes hediondos do Holocausto podem ser perdoados”, disse o Yad Vashem – nome em hebraico do Museu do Holocausto.
O jornal norte-americano New York Times também publicou reportagem sobre as declarações de Bolsonaro, na qual questiono se era possível perdoar o genocídio.
“Ao povo de Israel: deixei escrito no livro de visitantes do Memorial do Holocausto em Jerusalém: ‘AQUELE QUE ESQUECE SEU PASSADO ESTÁ CONDENADO A NÃO TER FUTURO’.”, disse o presidente em outro trecho da carta.
“Portanto, qualquer outra interpretação só interessa a quem quer me afastar dos amigos judeus. Já o perdão, é algo pessoal, nunca num contexto histórico como no caso do Holocausto, onde milhões de inocentes foram mortos num cruel genocídio”, prossegue.