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Bolsonaro admite inelegibilidade e reclama: “Julgamento politiqueiro”

Durante entrevista no último domingo (25/6), Jair Bolsonaro (PL) ainda destacou que possível inelegibilidade “não será o fim do mundo”

atualizado

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Bolsonaro
1 de 1 Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como “politiqueiro” o julgamento que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pode deixá-lo inelegível pelos próximos oito anos. Durante entrevista à Rádio Bandeirantes no domingo (25/6), Bolsonaro admitiu que “não será o fim do mundo” caso ele perca a ação e não possa concorrer em cargos políticos.

“É um julgamento politiqueiro, né? Não era nem para ter recepcionado a ação por ter se reunido com embaixadores. Pô, é brincadeira! E tem uma jurisprudência de 2017, do julgamento da chapa Dilma-Temer, que simplesmente deixou de existir agora… para esse novo julgamento. Esse julgamento meu. Então é… a gente vai ver o que acontece. Eu não vou adiantar o resultado aqui, mas não será o fim do mundo, não!”, destacou o ex-líder do Executivo.

Bolsonaro também voltou a mencionar os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e defendeu a investigação e a punição dos responsáveis pela depredação. Ainda assim, o ex-presidente reforçou que a acusação de golpe por sua parte é “fantasiosa”.

A entrevista foi concedida pelo político durante saída para uma partida de futebol entre Palmeiras e Botafogo, em São Paulo. No estádio, Bolsonaro foi recebido por eleitores e apoiadores em frente ao camarote de onde assistiu ao jogo.

O julgamento

A primeira sessão do julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível pelos próximos oito anos durou cerca de 3h30 na última quinta-feira (22/6). O ex-mandatário é investigado pelos ataques que fez ao sistema eleitoral brasileiro durante reunião com embaixadores, em julho de 2022.

Nesta fase inicial, Benedito Gonçalves leu o relatório da ação; a defesa e a acusação fizeram sustentações orais; e o Ministério Público Eleitoral (MPE) reiterou seu posicionamento de que existem elementos para configurar abuso de poder político para tornar Bolsonaro inelegível, mas seu vice nas eleições de 2022, Braga Netto, não.

Quando marcou o julgamento, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, previu três dias de discussões. A análise segue nesta terça (27/6), com início às 19h. Se não houver pedido de vista, o julgamento continua em 29 de junho.

No dia 27, o relator do caso, Benedito Gonçalves, vai proferir seu voto, estimado em cerca de 460 páginas. Em seguida, são declarados os votos dos ministros Raul Araújo Filho, Floriano de Azevedo Marques, Ramos Tavares, ministra Cármen Lúcia (vice-presidente do TSE), ministro Nunes Marques e, por último, Alexandre de Moraes, presidente do tribunal.

Para tornar-se inelegível, Bolsonaro precisa ser condenado por pelo menos quatro dos sete ministros.

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