Bolsonaro acusa ministros do STF de tentar barrar voto impresso
Segundo o presidente, há 3 ministros contra “voto auditável”. Disse ainda que Lula voltou a ser elegível para ganhar, “na fraude”, em 2022
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou, nesta quinta-feira (1º/7), que três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se articulam para barrar a implementação do voto impresso nas eleições de 2022.
“Tem uma articulação de três ministros do Supremo para não ter o voto auditável. Se não tiver, eles vão ter que apresentar uma maneira de termos umas eleições limpas. Se não tiver, vão ter problemas o ano que vem. Eu estou me antecipando a problemas para o ano que vem”, afirmou o chefe do Executivo a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
A Câmara analisa proposta de emenda à Constituição (PEC) para tornar o voto impresso obrigatório. O parecer foi lido na última segunda-feira (28/6) em comissão especial criada para analisar a matéria. O parecer, favorável, é do deputado Filipe Barros (PSL-PR). A proposta é encampada pela base ideológica do mandatário do país, mas possui poucas chances de prosperar.
Bolsonaro não citou os nomes dos ministros que estariam contra o voto impresso. De acordo com o titular do Planalto, “o voto auditável é para ter certeza de que em quem o povo votar vai ser eleito”. Ele afirma que, com o sistema de votação atual, “a fraude está escancarada”.
O tema está em discussão no STF. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, tem atuado contra a aprovação da PEC que está na Câmara e recebido parlamentares para tratar do assunto. Os ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin, que também integram o TSE, se uniram a Barroso na defesa da urna eletrônica.
No fim de semana, líderes de 11 partidos reuniram-se virtualmente para sinalizar aliança contra o voto impresso. Participaram do encontro os presidentes do MDB, PP, Republicanos, PSL, Cidadania, PL, Solidariedade, Avante, PSD, DEM e PSDB.
Lula
O chefe do Palácio do Planalto ainda acusou os ministros do STF de tornar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elegível para ganhar, “na fraude”, em 2022.
“Eu estou antecipando porque ano que vem é a expressão da democracia, é a transparência. Não adianta vir com argumentozinho de que é muito caro, dinheiro tem. Já está arranjado dinheiro para as eleições, para comprar as impressoras. Então, nós queremos eleições limpas no ano que vem, porque tiraram o Lula da cadeia, tornaram elegível pra ele ser presidente na fraude, isso não vai acontecer.”
A conversa de Bolsonaro com apoiadores foi registrada por um canal no YouTube simpático ao presidente.
Em meio à denúncia de propina no governo relacionada à negociação por vacina, o mandatário compareceu, de máscara, a uma missa na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na Asa Norte, na manhã desta quinta-feira (1º/7). O evento não estava previsto na agenda oficial do chefe do Executivo.