Bolsonaro abre “lives semanais” e repete que reforma ataca privilégios
Presidente disse ainda que espera que o texto dos ajustes previdenciários não seja “muito desidratado” pela Câmara
atualizado
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Após a repercussão negativa da publicação de teor obsceno em seu Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) estreou, de surpresa, uma “live” semanal em seu Facebook. O anúncio que haveria uma transmissão ao vivo veio também pelo Twitter no fim da tarde desta quinta-feira (7/3), pouco mais de 20 minutos antes do início da transmissão. Na live, Bolsonaro recorreu ao discurso de combate aos privilégios e assegurou que os militares também entrarão na reforma da Previdência.
Ao afirmar que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência é essencial, Bolsonaro tentou acenar aos deputados, dizendo que o “parlamento é soberano para fazer qualquer possível alteração”, mas que espera que a proposta não seja muito desidratada.
O texto foi entregue por ele no último dia 20 de fevereiro à Câmara dos Deputados e, durante a transmissão no Facebook, Bolsonaro repetiu que proposta da reforma da Previdência combate privilégios, dizendo que parlamentares também deverão se aposentar com, no máximo, o teto da aposentadoria, que é de pouco mais de R$ 5,8 mil. Atualmente, o salário de um deputado ultrapassa os R$ 35 mil mensais.
Para que o texto comece a andar na Câmara, ainda é preciso que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) seja instalada e os membros sejam indicados, o que deve acontecer a partir de semana que vem.
Os deputados também contestam a ausência dos militares na reforma. A promessa da equipe econômica é que o projeto de lei que trata das alterações de regras de aposentadoria para militares chegue até o dia 20 na Casa, e tramite ao mesmo tempo que o texto dos civis.
“Conselho”
Em uma live de menos de meia hora, o presidente falou, entre outros assuntos, da Medida Provisória 873/2019, que endureceu as regras dos impostos sindicais e reclamou de uma exigência de edital para concurso do Banco do Brasil, além de falar sobre a frase polêmica dita nesta quinta de que a “democracia só existe se as Forças Armadas assim o quiserem”. As outras redes do presidente – suas contas no Twitter e no Instagram – não reproduziram o vídeo ao vivo.