metropoles.com

Bolsonaristas tentaram leis para aprovar kit Covid da Prevent Senior

Projetos eram idênticos e ambos não chegaram a ser aprovados

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Getty Images
hidroxicloroquina
1 de 1 hidroxicloroquina - Foto: Getty Images

Deputados bolsonaristas apresentaram dois projetos de lei idênticos para autorizar o uso do kit Covid da Prevent Senior, em seus respectivos estados. As propostas foram submetidas em um intervalo de pouco mais de um mês, em 2020, e ambas citam a operadora de plano de saúde.

O deputado estadual Márcio Gualberto (PSL-RJ) foi o primeiro a apresentar o texto, em abril de 2020, mas a iniciativa acabou barrada. Em maio do mesmo ano, o deputado Bruno Engler (PRTB-MG) colocou o projeto em discussão na Casa mineira. Até hoje, a proposta está parada no Legislativo.

2 imagens
Deputado Bruno Engler ao lado de Jair Bolsonaro
1 de 2

Márcio Gualberto e Jair Bolsonaro

Reprodução/Facebook
2 de 2

Deputado Bruno Engler ao lado de Jair Bolsonaro

Reprodução/Facebook

Os PLs usavam a Prevent Senior como referência para o tratamento, composto por uma combinação de hidroxicloroquina e azitromicina, ambos medicamentos considerados ineficazes contra a Covid-19 por pesquisas científicas. Mais tarde, a ivermectiva, também ineficaz no tratamento da doença, entrou no kit.

Além dos projetos de lei idênticos, os deputados também submeteram justificativas iguais, com pequenas modificações. Até a palavra “coronavírus” estava escrita errada de forma idêntica.

Logo no artigo 1º, os textos citam a Prevent Senior: “Fica o Poder Executivo, através da Secretaria de Estado de Saúde e demais pastas correlatas, autorizado a implementar o Protocolo de Manejo Clínico – Covid-19, criado pela equipe médica do grupo Prevent Senior e outros com mesmo teor, em toda a rede pública ou privada de saúde no âmbito do Estado” do Rio de Janeiro ou Minas Gerais.

A Prevent Senior é suspeita de ter ocultado o número de mortes de pacientes em um estudo sobre uso da cloroquina para tratar a Covid-19, apoiado por Jair Bolsonaro (sem partido).

A operadora de saúde também é acusada de ter pressionado a prescrição de medicamentos, como a própria hidroxicloroquina, ineficazes contra a doença pandêmica. O Ministério Público de São Paulo abriu um inquérito sobre o caso.

O artigo 2º determinava que deveria haver uma autorização do paciente ou de um familiar para que os medicamentos fossem receitados. “na dosagem e quantidade especificadas no protocolo elencado” no projeto de lei. Entretanto, não havia nos textos quais seriam essas dosagens.

Projeto foi barrado no Rio

O primeiro a apresentar a proposta foi Gualberto, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Quatro comissões (Saúde, Orçamento, Ciência e Tecnologia, e Constituição e Justiça) foram contrárias ao projeto.

Nessa última comissão, o deputado Luiz Paulo (Cidadania) apresentou um parecer pela ilegalidade, em 15 de maio de 2020, enterrando a sequência da tramitação da proposta.

No site da Alerj, Gualberto se define como patriota, antimarxista e contra “ideologias esquerdopatas”. Desde o início da pandemia, o deputado defendeu o kit Covid e se posicionou contra máscaras.

Pelo Telegram, Gualberto enviou, em setembro, um modelo de habeas corpus para os seguidores que quisessem entrar na Justiça contra o passaporte da vacina, no Rio.

Em Minas, projeto está parado

Pouco mais de um mês depois, em 19 de maio de 2020, Bruno Engler apresentou o projeto na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. De lá, iria para o Colégio de Líderes para “análise do caráter de urgência”. Entretanto, não houve mais movimentação.

O deputado continua a defender o uso de medicamentos sem efiácia no tratamento contra a Covid-19. Ainda em junho deste ano, Engler citou, em um tuíte, um estudo que comprovaria que a hidroxicloroquina é eficaz contra a doenla, o que já foi refutado por outras pesquisas.

Tanto Gualberto quanto Engler foram procurados pelo Uol, mas não deram retorno sobre o tema.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?