Bolsonarista deu três tiros em petista, que fez 13 disparos, diz laudo
Policial penal bolsonarista está estável em enfermaria de hospital em Foz do Iguaçu. Polícia ainda investiga circustâncias do crime
atualizado
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O laudo da Polícia Científica do Paraná apontou que o policial penal Jorge Guaranho deu ao menos três tiros no local do assassinato do tesoureiro do PT Marcelo Arruda (foto em destaque). A vítima, por outro lado, atirou 13 vezes contra Guaranho, que está estável na enfermaria do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu.
O documento também descartou que o petista teria atingido o carro do bolsonarista com pedras, como consta no depoimento à polícia da mulher do agente penal.
Segundo o laudo, as pistolas semiautomáticas usadas por Guaranho e Arruda estavam em perfeito estado de funcionamento. Armas, estojos e projéteis encontrados no local do crime foram apreendidos e estão sob custódia da Polícia Civil do Paraná.
Ao menos três estojos partiram da arma .40, que pertencia a Guaranho. O armamento tem a inscrição “Depen”, marca do Departamento Penitenciário Nacional, gravada. Um projétil foi encontrado no peito de Arruda e 13 cartuchos estavam intactos na arma do atirador.
Outros 13 estojos encontrados na cena do crime foram disparados por Arruda pela pistola .380, que tem o brasão da Guarda Municipal de Foz do Iguaçu.
O Ministério Público denunciou, na última semana, Guaranho por homicídio duplamente qualificado. Um dos agravantes apontados pelos promotores foi o “motivo fútil” para o homicídio, “havendo a querela sido desencadeada por preferência político-partidária”. Outra qualificação apontada pelos autores da denúncia foi a possibilidade de a ação “resultar em perigo comum”, ou seja, a terceiros.
Relembre o caso
O guarda municipal Marcelo Arruda foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos, ocorrida no início do mês, em Foz do Iguaçu. O evento tinha como tema o PT e fazia várias referências ao ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com as testemunhas, por volta das 23h, Jorge Guaranho, que se declara apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), invadiu a festa e atirou em Marcelo, que revidou. A confraternização era promovida na Aresfi. No local, havia cerca de 40 pessoas.
Relatos ainda apontam que o policial penal entrou na festa gritando o nome de Bolsonaro e “mito”. Houve uma rápida discussão, e o homem chegou a sacar a arma e ameaçou a todos. Logo depois, ele saiu, dizendo que voltaria para matar todo mundo”. Minutos depois, o agente penitenciário chegou atirando no guarda municipal.
Na última semana, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) e tornou réu por homicídio qualificado o policial penal federal Guaranho, acusado de matar a tiros o guarda municipal Marcelo Arruda.