Bolo de sucuri: fotógrafo registra momento raro de acasalamento; vídeo
Imagens feitas em Bonito (MS) mostram o momento em que fêmea de sucuri-verde copula com vários machos. O registro é de Daniel de Granville
atualizado
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Por meio das redes sociais, o fotógrafo Daniel de Granville, de 52 anos, compartilhou mais um de seus registros raros. Desta vez, um vídeo de uma sucuri-verde no momento do acasalamento com vários machos. As imagens foram feitas em Bonito (MS).
A publicação dessa terça-feira (8/2) mostra o que ele chama de “bolo de sucuri”. “Por trás das câmeras: registrando em imagens o raro momento de um bolo de acasalamento de sucuris-verdes no Brasil!”, disse ele na legenda. Veja o vídeo:
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Apesar de ter sido compartilhada nesta semana, o fotógrafo conta que a gravação é antiga.
Dedicação às sucuris
Em entrevista ao Metrópoles, em janeiro deste ano, Granville relatou que seu contato com as sucuris se intensificou há cerca de 15 anos, entre 2007 e 2008. Ele contou que se mudou do interior de São Paulo para Bonito (MS), onde passou a trabalhar como guia turístico e depois se especializou na fotografia.
“Comecei a ter procura de fotógrafos estrangeiros que queriam registrar as cobras embaixo d’água. A região de Bonito (MS) é a única do planeta onde isso é possível, pela presença natural de sucuris e rios de águas extremamente cristalinas. Existem sucuris grandes em outras partes do país também, na Amazônia, por exemplo, mas geralmente a água é bem turva”, explica.
Cenas raras
Ao portal, o fotógrafo que também é biólogo contou que, ao longo de todos esses anos, presenciou cenas raras com as cobras gigantes. “O processo de acasalamento delas é bem diferente e lá em Bonito (MS) ocorre nos meses de inverno, quando o clima está mais seco. As fêmeas ficam mais expostas. Elas são maiores tanto de comprimento quanto de largura e, em casos extremos, podem pesar até 40 vezes o peso do macho. Uma fêmea copula com vários machos, o que a gente chama de bolo de sucuri”, analisa.
“Durante toda gestação, que dura 6 ou 7 meses, a fêmea não se alimenta, porque precisa deixar o espaço livre para o crescimento dos filhotes. A sucuri não bota ovo, os filhotes já nascem vivos. Então essa última refeição é antes de entrar em gestação e, às vezes, é um desses machos. Ela mata e se alimenta. Já encontrei uma situação dessa embaixo d’água, uma fêmea que estava com o corpo submerso e a cabeça de fora com um macho enrolado. Tudo indica que pode ter sido isso”, detalhou Granville.
O fotógrafo reforça ainda que a temporada das sucuris dura relativamente pouco, de julho a outubro. Depois disso, elas entram em gestação e “desaparecem” até parirem os filhotes.