BNDES: Montezano promete devolver mais R$ 86 bilhões ao Tesouro
Novo presidente do banco afirmou que a intenção é chegar a R$ 126 bilhões até o fim de 2019; no 1º semestre, já foram devolvidos R$ 38 bi
atualizado
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O novo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou nesta terça-feira (16/07/2019), que terá como uma de suas prioridades devolver R$ 126 bilhões de reais emprestados do Tesouro Nacional por gestões passadas, a fim de estancar a crise econômica que estava se instalando no país. Como o banco já remeteu ao Tesouro R$ 38 bilhões no primeiro semestre deste ano, a ideia é enviar mais R$ 86 bilhões até o fim de 2019.
“Faz parte dos R$ 500 bilhões que foram pegos do tesouro ao BNDES pra evitar o desastre econômico – que aconteceu. Não funcionou e o pais viveu esse colapso financeiro”, explicou. Da dívida total, o banco já devolveu parte da quantia, restando R$ 270 bilhões a serem entregues”, disse Montezano, indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista coletiva.
O novo presidente informou que não pretende simplesmente emprestar dinheiro para empresas privadas; prometeu agir como um prestador de serviços. No caso, o cliente será auxiliado e ambos entrarão em parceria nas ações desenvolvidas. O valor de retorno ao BNDES não será mais os juros cobrado pela ação. A partir de agora, parte do valor recebido pelo cliente será remanejado ao banco. “É um serviço clássico de banco de investimento, é uma assessoria financeira. Porque é bom pro cliente”, completou.
Afirmou também que não pretende trabalhar com privatizações “tão cedo”, pois o processo de estudo completo sobre cada ação leva até 3 anos.
Outra prioridade seria trabalhar com ações exclusivamente sociais, a fim de revitalizar a imagem do órgão.
“Caixa-preta” e venda de ações
Montezano também citara mais cedo que, em dois meses, pretende definir se, afinal, há ou não uma “caixa-preta” no banco. A ideia é aumentar a transparência de qualquer forma, para atrair novos clientes e investidores.
Outro passo será o aceleramento da venda de ações que o banco detém. Atualmente, o órgão possui uma carteira de ações de R$ 110 bilhões que seriam “meramente especulativas”. Apesar da meta, o presidente não informou com precisão a dimensão do processo de se desfazer das ações. “A execução dessa saída de desinvestimento faz parte da arte do nosso negócio de entender as dinâmicas de mercado, e aí sim construir estratégias. Hoje não tenho plano exato, mas isso é a arte do negócio de quem trabalha com investimento”, disse.