BNDES diz que colabora com Operação Bullish
Banco contratou também uma auditoria internacional independente para acompanhar o caso
atualizado
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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou nota nesta sexta-feira (24/8) para informar que não teve acesso ao relatório final da Polícia Federal (PF) sobre a Operação Bullish, que apura irregularidades ocorridas de 2007 a 2011 na instituição. O relatório foi encaminhado à Justiça.
A nota do BNDES diz que “sempre colaborou com as autoridades e continuará prestando todas as informações solicitadas nas demais etapas do processo”. A Comissão de Apuração Interna, criada pelo banco, não identificou nenhum fato relevante, “conforme consta de suas demonstrações financeiras publicadas em 30 de junho deste ano”.
Deflagrada em 12 de maio de 2017, a Operação Bullish investiga possíveis fraudes e irregularidades em aportes de R$ 8,1 bilhões concedidos pela subsidiária BNDES Participações (BNDESPAR) à JBS para compra de empresas do setor frigorífico.
A PF indiciou os ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega; o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho; e o empresário Joesley Batista, sócio da JBS. Com base no documento, o Ministério Público Federal (MPF) decidirá se oferecerá denúncia contra os indiciados.
Auditoria
O BNDES contratou também uma auditoria internacional independente para acompanhar o caso, que está sendo conduzida pelos escritórios Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, dos Estados Unidos, e o escritório brasileiro Levy & Salomão.
“[O objetivo é] “aprofundar as investigações internas e dar maior segurança às suas informações financeiras, auditadas pela KPMG e Grant Thornton”, diz a nota.
O BNDES acredita que ao final do trabalho que vem sendo efetuado pela Polícia Federal, Ministério Público, Poder Judiciário e instituições de controle do Estado brasileiro, “os fatos serão adequadamente esclarecidos à sociedade”.
Ética
No último dia 15, durante o Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), no Rio de Janeiro, o presidente do banco, Dyogo Oliveira, descartou qualquer problema envolvendo funcionários do banco.
“Diferentemente de outros órgãos em que houve envolvimento de funcionários de carreira, o BNDES tem um padrão ético elevadíssimo, então nenhum de seus funcionários está envolvido em nenhum desses casos de desvio”, reiterou, referindo-se aos vários desdobramentos da Operação Lava Jato, iniciada em 2014.