metropoles.com

Bloqueio no Orçamento atinge vitrines do governo Lula. Saiba quais

Congelamento de verba ocorre menos de uma semana após governo anunciar expansão do programa Pé-de-Meia

atualizado

Compartilhar notícia

Ricardo Stuckert / PR
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro com estudantes para anúncio de pagamento da primeira parcela do Programa Pé de Meia, no Palácio do Planalto. Brasília
1 de 1 Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro com estudantes para anúncio de pagamento da primeira parcela do Programa Pé de Meia, no Palácio do Planalto. Brasília - Foto: Ricardo Stuckert / PR

A contenção de R$ 1,28 bilhão no Orçamento de 2024 do Ministério da Educação (MEC) mirou duas das principais ações da pasta neste terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo determinou o congelamento de R$ 15 bilhões para cumprir a meta fiscal de déficit zero (igualar despesas e receitas) ainda neste ano.

O prazo para os ministérios indicarem os programas que sofreriam bloqueio e contingenciamento terminou na terça-feira (6/8). No caso do MEC, a pasta sinalizou o bloqueio de R$ 500 milhões do programa Pé-de-Meia, que concede incentivo financeiro a alunos do ensino médio. Outra parte do montante afeta obras em universidades e institutos federais.

O congelamento acontece na semana seguinte ao anúncio de expansão do programa, que passou a contemplar estudantes inscritos no Cadastro Único, com renda per capita de até meio salário mínimo, e alunos da educação de jovens e adultos (EJA).

Em nota, o MEC afirmou que o Pé-de-Meia é prioridade da pasta “e não sofrerá qualquer alteração, incluindo sua recente ampliação”. O órgão informou também que os ajustes “visam atender ao Decreto de Programação Orçamentária e Financeira (DPOF) quanto à reprogramação de despesas e serão remanejados, ao longo do segundo semestre, conforme a execução dos programas”.

O Pé-de-Meia é uma das apostas para alavancar a popularidade do governo. O titular da Educação, Camilo Santana, tem viajado o país com o intuito de divulgar a iniciativa. Na última sexta-feira (6/8), durante o anúncio de ampliação do programa, Lula defendeu que educação não é gasto, e, sim, “investimento”.

“Enquanto eu puder colocar dinheiro na educação, é proibido qualquer ministro meu utilizar a palavra ‘gasto’. Educação é investimento, investimento e investimento”, reiterou o presidente.

Obras

As obras do Novo PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento) também sofreram com o bloqueio no Orçamento. O congelamento abrangeu as ações voltadas à consolidação, reestruturação e modernização de universidades (R$ 183 milhões), hospitais universitários (R$ 11,4 milhões) e de institutos federais (R$ 237 milhões).

Em junho, Lula havia anunciado liberação de verba exclusiva para a Educação, em meio a uma prolongada greve de professores de universidades e institutos federais. Antes do evento, o presidente teve uma conversa com reitores no Palácio do Planalto.

Na mesma linha do Pé-de-Meia, o chefe do Executivo defende investimentos em obras como um grande feito do governo. O titular do Planalto anunciou, no início deste ano, a construção de 100 novos institutos federais.

Ele também já ressaltou, em algumas ocasiões, que tem a meta de chegar a mil unidades em todo o país. “Nós temos uma meta: marcar mil gols. E os nossos mil gols vão ser construir mil institutos federais neste país, para a gente resolver, definitivamente, o problema da educação”, disse o presidente.

A reportagem questionou o MEC se o bloqueio afeta a construção dos novos campi, mas a pasta não respondeu.

Além do Pé-de-Meia e das obras, a pasta bloqueou R$ 5,2 milhões em emendas de comissão. Em relação ao contingenciamento, o Ministério da Educação teve R$ 239,6 milhões de recursos contidos. O montante se divide entre obras em universidades e programas da educação básica.

Confira a nota do Ministério da Educação

O Pé-de-Meia é prioritário da pasta e não sofrerá qualquer alteração, incluindo sua recente ampliação, alcançando quase 4 milhões de estudantes. Os recursos para pagamento estão garantidos.

Os ajustes indicados no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) visam atender ao Decreto de Programação Orçamentária e Financeira (DPOF) quanto à reprogramação de despesas e serão remanejados, ao longo do segundo semestre, conforme a execução dos programas. Em articulação constante junto à equipe econômica do governo, o Ministério da Educação segue avaliando as medidas publicadas no Decreto nº 12.120, de 30 de julho de 2024 e trabalha para preservar ações dos demais programas mais emergenciais para a Educação do Brasil, de modo que, com a melhoria do cenário econômico, haja reprogramação da execução.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?