Blogueira é presa em BH por suspeita de vender cosméticos falsificados
Rafaela Braga passava-se por estudante de biomedicina e dizia ter criado métodos exclusivos, principalmente para tratamento de melasmas
atualizado
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Quatro pessoas de uma mesma família foram presas em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), por suspeita de falsificar e vender cosméticos adulterados para todo o Brasil.
Segundo a Polícia Civil, a blogueira Rafaela Braga, com cerca de 70 mil seguidores, passava-se por estudante de biomedicina e dizia ter criado métodos exclusivos, principalmente para tratamento de melasmas.
A delegada Andrea Pochmann diz que a jovem, o pai, a mãe e o marido foram detidos em flagrante na semana passada durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços relacionados aos suspeitos.
“É uma menina, de 21 anos, muito bonita e chamava a atenção pela questão luxuosa, pela ostentação. Ela viajava, tirava fotos, já estava com um carro de luxo e residindo em uma casa também luxuosa em um condomínio de Contagem de alto padrão”, afirmou a delegada.
Esquema de investigação
O esquema começou a ser investigado há cerca de um mês. Segundo a polícia, além de consumidores, empresas estão entre as vítimas. O nome dos presos não foi divulgado pela polícia.
Segundo a polícia, a jovem era dona de uma clínica de estética em Contagem. As investigações apontam que os produtos falsificados eram vendidos no estabelecimento, pela internet e também durante cursos que a suspeita ministrava de forma presencial e online.
Pelas aulas, a jovem chegava a cobrar até de R$ 5 mil. Já os kits de produtos eram vendidos por cerca de R$ 1,5 mil.
Falsificação de produtos
A delegada Andrea Pochmann ainda aponta que a blogueira atuava no ramo de estética desde os 15 anos, e os familiares agiam de várias formas na falsificação dos produtos. Em um dos endereços em que polícia esteve na semana passada, foi encontrado um laboratório clandestino.
Segundo a policial, a jovem chegou a ter uma linha de cosméticos licenciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas até esses produtos seriam alvo de adulteração.
“Ela tinha diversos métodos de falsificação. Ela adulterava, em si, o produto, colocando no produto original o rótulo dela e colocando outro cosmético lá dentro. Como ela também pegava o produto original de uma outra empresa e colocava somente o rótulo dela”, disse a delegada.
A delegada ainda diz que os produtos adicionais aos cosméticos ainda são desconhecidos pela polícia. O material foi encaminhado para a vigilância sanitária, mas, de acordo com a polícia, há relatos de vítimas que sofreram danos com o uso dos cosméticos, como queimaduras no rosto.
Para divulgar os métodos de tratamento, a blogueira postava fotos de antes depois das pessoas, mas há informações de que, muitas vezes, ela teria usado programas de edição de imagem.
Durante as investigações, segundo Andrea, a jovem negou as suspeitas e disse que tinha todas as autorizações. Após a prisão, os detidos ficaram em silêncio.