Black Friday pode movimentar R$ 1,5 bi combinada com a Copa
Comércio deve movimentar neste ano quase R$ 1,5 bilhão na Black Friday, um crescimento de 7,9% frente a 2018, ano da última copa
atualizado
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Neste ano, a Black Friday, tradicional data de promoções do varejo, vai coincidir com a Copa do Mundo do Qatar. Pensando nisso, varejistas se preparam com expectativas altas de crescimento do volume das vendas em 2022.
Com esse encontro de datas, o setor de eletro e eletrônicos tende a registrar a maior alta. Tradicionalmente é o que mais registra compras. E com a incidência de um evento de comoção nacional, transmitido via TV e internet, as vendas serão maiores, dizem especialistas em varejo.
Segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), neste ano, o comércio deve movimentar R$ 1,48 bilhão pegando carona na Copa. Isso representa um aumento de 7,9% sobre o movimentado na última Copa, em 2018, na Rússia.
Mais de um terço dessa estimativa corresponde ao ramo de móveis e eletrodomésticos, que somam R$ 535,5 milhões. Eletroeletrônicos e artigos pessoais são estimados em R$ 332,6 milhões em vendas.
Nessa estimativa, a CNC ressalta que a Copa acende o interesse por artigos ligados ao evento. Em setembro, notou-se aumento de 6,7% na pesquisa por compra de smart TVs em lojas on-line. Esse crescimento da procura é maior que o período anterior à Copa de 2014, por exemplo. Naquele ano, houve crescimento da procura em 6,3%.
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Com promoções
William Santos, diretor comercial da VarejOnline, empresa de software de gestão de lojas, ressalta que, para aproveitar a onda da Copa na Black Friday, varejistas tendem a fazer promoções com apelo ao evento. “O varejo tem que usar o mote da Copa, aderindo as cores nacionais aos sites e em promoções estilizadas”, afirma.
Luiz Natal, gerente de e-commerce e desenvolvimento da plataforma de comércio on-line Nuvemshop, concorda. Relembra que nos últimos anos, os lojistas ampliaram a janela das promoções da sexta-feira, a data tradicional da Black Friday, para a semana toda. E, ultimamente, para o mês todo.
“Na base da nossa empresa, 63% estão otimistas e a nossa expectativa de crescimento no faturamento é de até 30% frente a outubro. Não temos dúvida que esta Black Friday vai superar as vendas de 2021”, pontua.
Fabio Bentes, o economista da CNC responsável pela estimativa, prevê que as promoções tendem a começar após o período eleitoral. Segundo ele, as estimativas de vendas poderiam ser ainda maiores, não fossem a inflação e principalmente os juros altos. “O aumento da taxa de juros é um fator limitante, pois quem precisa usar o crédito tem dificuldades, uma vez que ele fica mais caro”.
No DF
Pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF) estima que a Black Friday — neste ano, em 25 de novembro —, deve movimentar cerca de R$ 193 milhões neste ano, na capital do país. O estudo revela que houve aumento na adesão de lojistas à data, cujo principal objetivo é vender produtos com desconto para renovação dos estoques do Natal.
Neste ano, o índice de participação das empresas de 29 segmentos chega a 90,4%. No ano passado, a expectativa era de 77,5%, mas atingiu 84,7% do total, segundo levantamento na fase pós-vendas.
“Este é o quinto ano seguido em que a maioria dos lojistas participa da Black Friday. Já a consideramos uma data incorporada ao calendário do comércio e que abre a temporada de compras natalinas. É um bom momento para que os consumidores possam adquirir presentes com descontos vantajosos. Para isso, no entanto, é preciso pesquisar bastante. Essa é nossa dica para aproveitar ao máximo o período de promoções”, afirma o presidente da Fecomércio-DF, José Aparecido Freire.
O que é a Black Friday
A Black Friday é uma data tradicional importada dos Estados Unidos, geralmente na última sexta-feira de novembro. Serve para o varejo liquidar os produtos ainda não vendidos e se preparar para as compras do Natal com estoque renovado.