Biopirata russo é condenado a prisão no Brasil por tráfico de animais
Biólogo foi preso na Rodovia Presidente Dutra quando seguia para Foz do Iguaçu de ônibus, com 320 animais na bagagem
atualizado
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São Paulo – O biólogo russo Kirill Sergeevich Kravchenko foi condenado a 11 anos de prisão em regime fechado e 2 anos de detenção em regime semiaberto, por traficar animais silvestres e por submetê-los a maus-tratos no Brasil.
A sentença foi proferida pela 1ª Vara Federal de Guarulhos no começo de dezembro. O russo já estava preso desde 18 de junho deste ano, quando foi flagrado pela terceira vez traficando animais silvestres só no Brasil.
Ele já tinha sido preso na Holanda também por tráfico internacional de animais e era procurado pelas polícias da Nova Zelândia e da Austrália, de acordo com o Ministério Público Federal.
A Polícia Federal apura a possibilidade de o russo fazer parte de uma organização criminosa dedicada à biopirataria.
“Foram identificados possíveis caso de biopirataria, inclusive com acesso ao código genético, de alguns táxons comercializados pelos investigados”, diz um relatório da Polícia Federal, a que o Metrópoles teve acesso.
Quando foi preso pela última vez, o russo estava em um ônibus comercial de passageiros que foi abordado em fiscalização de rotina pela Polícia Rodoviária Federal em Seropédica, na Rodovia Presidente Dutra, a caminho de Foz do Iguaçu, no Paraná. Ele transportava 320 animais em malas, como aranhas, sapos, lagartos e besouros.
Ele já tinha sido detido em 20 de janeiro no Aeroporto Internacional de Guarulhos quando fazia check-in em voo para São Petersburgo, na Rússia, mas tinha sido liberado. Naquela ocasião, ele levava 50 lagartos de três espécies, uma aranha adulta e 50 filhotes de aranha, 20 sapos de quatro espécies e 100 invertebrados de diversas espécies, em sua bagagem de mão.
À Justiça, o russo alegou que tinha como “hobby” a coleta de animais e que não sabia que eles ofereciam risco às pessoas. Kravchenko disse que mora em São Petersburgo, na Rússia, e que trabalha em uma empresa como especialista em controle de biopreparados.
De acordo com o Ministério Público Federal, “quase a totalidade das espécies apreendidas tinham ocorrência natural no bioma Mata Atlântica”.