Biden promete a Bolsonaro ajuda para preservação da Amazônia
Declaração foi dada no primeiro encontro entre os dois chefes de Estado desde a posse do democrata, em janeiro do ano passado
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reuniram nesta quinta-feira (9/6), durante a Cúpula das Américas. O evento reúne, em Los Angeles, chefes e líderes de Estado do continente americano.
É o primeiro encontro entre os dois chefes de Estado desde a posse do democrata, em janeiro do ano passado. Até o momento, Biden e Bolsonaro só haviam tido contatos protocolares e mantido um certo distanciamento, sobretudo pelo presidente brasileiro ter sido aliado entusiasmado do ex-presidente Donald Trump – e questionado as eleições americanas que conduziram Biden ao poder.
Antes da reunião, os dois se cumprimentaram brevemente e trocaram algumas palavras. O presidente norte-americano fez questão de frisar que “o Brasil é uma nação que traz muitas oportunidades para ambos os países” e prometeu ajuda no financiamento para preservação da Amazônia.
“O restante do mundo deve participar e ajudá-lo no financiamento para preservar o quanto for possível. É uma responsabilidade internacional, que todos nós nos beneficiamos”, afirmou Biden.
Amazônia e eleições
Em seu discurso, o presidente Jair Bolsonaro disse que que o Brasil é “gigante” e possui grandes riquezas, como a Amazônia. O brasileiro afirmou que o país “preserva muito o seu território” e que, por vezes, vê a soberania brasileira “ameaçada”.
“Por vezes, nos sentimos ameaçados na nossa soberania naquela área. Mas o Brasil preserva muito bem o seu território. Dois terços do Brasil são preservados. Mais de 85% da Amazônia também. A nossa legislação ambiental é bastante rígida e fazemos o possível para cumpri-la para o bem do nosso país”, afirmou.
Bolsonaro ainda disse que o Brasil tem suas “dificuldades”, mas que seu governo faz o possível em relação ao meio ambiente.
“A questão ambiental, temos nossas dificuldades, mas fazemos o possível para atender aos nossos interesses e também porque não dizer, a vontade do mundo. Mas como disse, somos um exemplo para o mundo na questão ambiental”, afirmou.
Diante de Biden, o chefe do Executivo brasileiro também defendeu eleições “limpas, confiáveis e auditáveis”. Ele disse que chegou à Presidência do Brasil por meio da democracia e que tem “certeza” de que deixará o governo da mesma maneira.
“Este ano temos eleições no Brasil, e nós queremos, sim, eleições limpas, confiáveis e auditáveis para que não sobre nenhuma dúvida após o pleito. E tenho certeza de que ele será realizado nesse espírito democrático. Cheguei pela democracia e tenho certeza de que quando deixar o governo também será de forma democrática”, declarou Bolsonaro.
“Trump é passado”
Horas antes da bilateral, Bolsonaro conversou com a imprensa e disse que a relação com ex-presidente Donald Trump “já é um passado”. “Vocês sabem que eu tive um excelente relacionamento com o presidente Trump. O presidente agora é Joe Biden. É com ele que eu conversa. Ele é o presidente e não se discute mais isso”, afirmou.
Nesta semana, às vésperas do embarque para os Estados Unidos, Bolsonaro voltou a levantar dúvidas sobre as eleições norte-americanas.
Em 2020, durante a mais recente eleição do país, Bolsonaro expressava apoio à reeleição de Trump à Casa Branca. Na ocasião, o democrata Joe Biden venceu o pleito.
Na sessão plenária da Cúpula das Américas, que ocorreu antes da reunião, Biden defendeu “o poder das democracias” em prol de um “futuro sustentável, resiliente e justo”.
“Nós queremos ouvi-los. Queremos saber o que desejam, o que façamos. Nos próximos dias, vamos determinar o que faremos em conjunto e gostaria de enfatizar o ‘conjunto’. É isso que o nosso povo espera de nós. E cabe a nós mostrar o poder das democracias quando se é trabalhado em conjunto”, afirmou o presidente norte-americano.
No dia anterior, Biden discursou na abertura da Cúpula e afirmou que “a democracia está sob ataque no mundo inteiro”.
O que é a Cúpula das Américas?
A Cúpula das Américas é um evento que reúne chefes de Estado do continente americano. Ela foi criada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e tem o objetivo de promover laços de cooperação entre os países da zona econômica americana.
A nona edição do evento terá como tema “Construindo um futuro sustentável, resiliente e equitativo” para o hemisfério ocidental.
A cúpula deste ano, no entanto, tem potencial para ficar esvaziada, uma vez que o governo dos Estados Unidos não convidou países comandados por regimes tidos como ditatoriais, como Cuba, Venezuela e Nicarágua. Os EUA consideram fraudulentas as eleições que ocorreram nessas nações e se opõe a seus governos.
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