Biblioteca Nacional: servidores repudiam medalha a Daniel Silveira
Associação afirma em nota que recebeu “com espanto” a notícia de que a honraria seria entregue ao parlamentar
atualizado
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Rio de Janeiro – A Associação dos Servidores da Biblioteca Nacional (ASBN) publicou uma nota na sexta-feira (1º/7) em repúdio à entrega da Medalha da Ordem do Mérito ao Livro ao deputado federal Daniel Silveira.
No documento, a associação afirmou que recebeu “com espanto” a notícia de que a honraria, concedida pela Biblioteca Nacional para personalidades que contribuem com a literatura, seria dada ao parlamentar.
A ASBN classificou Silveira como um “político completamente desvinculado da causa do livro, da leitura e da cultura, e infame por seus seguidos ataques às instituições democráticas”.
Além disso, os servidores protestaram que só ficaram sabendo da entrega por meio da imprensa e que até o momento da publicação da nota, a lista completa dos homenageados não havia sido divulgada.
“Não é de se surpreender que tal homenagem tenha sido mantida em segredo, impedindo inclusive que seus servidores manifestassem seu desacordo.”
A nota ainda afirma que instituição passa por um momento de desvalorização dos servidores, que estão sobrecarregados em meio à falta de concurso e aposentadorias, e com salários defasados.
A cerimônia de entrega das medalhas ocorreu na sexta-feira (1°/7). Na ocasião, a Biblioteca Nacional permaneceu fechada, ato que segundo os servidores, é ilegal.
“Além disso, a justificativa anunciada no site da Biblioteca Nacional para o fechamento da sede no dia de hoje e de ontem é descabida, uma vez que um evento não é ‘motivo de força maior’. Isso se constitui, na verdade, em omissão de informação ao público, o que é vedado por lei”.
Confira a nota completa:
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Protestos
Ainda na sexta, o escritor, poeta e tradutor Marco Lucchesi e o professor emérito da UFRJ Antonio Carlos Secchin, imortais da Academia Brasileira de Letras, recusaram a medalha da Ordem do Mérito do Livro após a notícia de que Silveira também receberia a homenagem.
“Se eu aceitasse a medalha seria referendar Bolsonaro, que disse preferir um clube ou estande de tiro a uma biblioteca”, afirmou Lucchesi.
Ao blog do jornalista Ancelmo Gois, no Globo, Secchin justificou a recusa dizendo que a cerimônia “se constituirá na celebração de uma única diretriz política, agraciando pessoas sem relação com livros, biblioteca e cultura”.
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