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Bia Kicis dispara contra Jean Wyllys: “Extremamente covarde”

Recém-chegada à Câmara dos Deputados, a deputada do PSL reapresentou o projeto de lei que cria a Escola sem Partido

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Bia Kicis deputada federal
1 de 1 Bia Kicis deputada federal - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Eleita para o seu primeiro mandato na Câmara, a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) gosta de polêmicas. Logo após a posse, reapresentou o projeto conhecido como Escola sem Partido. Justificou que, depois de ele ter sido arquivado na Casa, ela trouxe alterações significativas à proposta.

Rival declarada do ex-deputado Jean Wyllys (PSol-RJ), Bia chamou de “golpe de marketing” a renúncia do parlamentar ao terceiro mandato federal. Kicis processou Wyllys por uma postagem nas redes sociais. Na época do impeachment de Dilma Rousseff (PT), ele publicou uma foto com a então ativista e seu grupo com o dedo para cima. Na legenda, provocou: “Levanta a mão quem quer receber uma fatia dos R$ 5 milhões”. Ele foi condenado a pagar R$ 40 mil à parlamentar.

Agora, mesmo tendo baseado a sua renúncia em supostas ameaças de morte, a deputada não poupa o desafeto de críticas. “[Jean Wyllys foi] extremamente covarde. E digo mais: eu não acredito nem um pouco nessas ameaças”, disse a representante do DF, em entrevista exclusiva ao Metrópoles.

Assista à íntegra da entrevista:

Bia comparou a atitude de Wyllys com a do presidente Jair Bolsonaro (PSL), seu correligionário, diante do ataque sofrido na campanha pelo então candidato ao Planalto.

“O nosso candidato à Presidência da República tomou uma facada, enfrentou com coragem, é presidente, está lá na terceira cirurgia e despachando. A gente não pode querer que todo mundo seja corajoso. Tem pessoas que são covardes, fazer o que, né?”, comparou.

Com o anúncio de que Wyllys sairia do país, a deputada já se precaveu para receber a bolada que ganhou na Justiça. Os bens do parlamentar, segundo ela informa, estão bloqueados para pagar a dívida. “Eu já estou cuidando para que os bens dele respondam. Ele pode estar lá onde estiver, mas a juíza já despachou para que ele pague o que me deve. Eu não vou deixar barato, não”, declarou. “O dele está guardado”, prosseguiu.

“Rodrigo Maia não!”
A principal bandeira do PSL ao longo das eleições de 2018 foi a defesa do movimento “nova política”, que consistia na entrada de novos nomes no tabuleiro eleitoral. Kicis se elegeu com esse mote. Tanto é que, tão logo o seu partido decidiu apoiar Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a reeleição a presidente da Câmara, ela não gostou.

Eu dizia: ‘Rodrigo Maia não! Renan menos ainda! Nós queremos mudança!’. Graças a Deus, o Renan foi colocado para fora da presidência do Senado. No caso do Rodrigo Maia, não houve outra candidatura viável, que representasse o novo

Bia Kicis, deputada federal pelo DF

Para a deputada, o democrata se mostrou a “alternativa viável” para o partido ter na Câmara espaços para viabilizar o projeto do novo governo. “Ele foi a pessoa viável que surgiu para dar governabilidade. Nós viemos com uma proposta de mudarmos o Brasil, mas você não muda nada se não tiver meios de mudança”, pontuou.

A estratégia, segundo ela, é que Maia sirva para aprovar a agenda econômica e as medidas de segurança, que serão prioridade do governo Bolsonaro nos dois primeiros anos de mandato. Já nos dois últimos anos, a gestão do capitão da reserva do Exército pretende, de acordo com a deputada, colocar a pauta de costumes no plenário. Nesta fase, em sua opinião, será necessário alguém mais alinhado com os propósitos mais conservadores.

Mas, até lá, o PSL negocia. E parte das negociações envolve a presidência do principal colegiado da Câmara, a disputada Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para a qual Bia Kicis lançou o seu nome e faz campanha. “Temos quatro candidatos no partido e – me desculpem os adversários, mas – sou a melhor”, disse a parlamentar, que é advogada e foi procuradora do Distrito Federal por 24 anos.

Além dela, o Metrópoles mostrou que estão no páreo Marcelo Freitas (MG), Felipe Francischini (PR) e Coronel Tadeu (SP).

Daniel Ferreira/Metrópoles
Advogada, a estreante na Câmara Bia Kicis foi procuradora do DF por 24 anos, agora quer presidir CCJ

 

Corrupção
Ao falar das suspeitas de corrupção que recaem sobre o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, o agora senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Bia Kicis primeiramente destacou que o partido que antagoniza com o PSL, o PT, também teria pessoas corruptas entre os seus filiados: “E o filho do Lula?”, questionou. “O governo do PT é o próprio crime organizado”, acusou a deputada.

Na sequência, porém, ela recorreu à fala do próprio presidente há duas semanas, quando as denúncias contra Flávio começavam a incomodar o Planalto. “O Flávio há de ser investigado, e eu acho que o Bolsonaro já disse. Se ele tiver feito alguma coisa errada, ele tem que pagar. Eu nunca vi o Lula falar isso dos filhos dele”, resumiu.

Previdência
Sobre a reforma da Previdência, a deputada considera ser necessário passar por um processo de transição e defendeu a inclusão dos militares na reformulação pretendida pelo governo, mas com tratamento “diferenciado”. “Que respeite as peculiaridades do regime deles”, observou. “Mas eu acho que eles têm que entrar sim e dar sua cota de sacrifício”, ponderou.

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