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Troca de acusações, mobilidade e educação marcam último debate em BH

Último debate entre Fuad Noman (PSD) e Bruno Engler (PL) foi acalorado. Candidatos trocaram farpas e apresentaram propostas para BH

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1 de 1 imagem colorida de bruno engler e fuad noman em debate - Metrópoles - Foto: Reprodução/TV Globo

Os candidatos Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD), que concorrem no segundo turno à prefeitura de Belo Horizonte (MG), se encontraram, na noite dessa sexta-feira (25/10), para o último debate, promovido pela TV Globo, antes das eleições de domingo (27/10). Entre trocas de farpas, os candidatos discutiram segurança pública, mobilidade, educação, emprego e mais.

Os primeiros minutos do debate foram de alfinetadas. Engler acusou Fuad de ter escrito um livro “pornográfico”, intitulado “Cobiça”.

Noman, atual prefeito de BH, rebateu dizendo que o candidato bolsonarista está disseminando “fake news”.

“Livro é pra quem gosta de livro. Não vou discutir isso”, rebateu o Fuad.

O livro relata a história de Sueli, uma mulher que viaja ao interior de Minas Gerais para reviver suas memórias. Em um momento específico, a obra descreve uma cena de abuso sexual coletivo contra uma criança de 12 anos, a qual Engler tem utilizado para tentar associar a narrativa à pedofilia.

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Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD)

“Quando eu for prefeito, vou implementar uma proteção à criança. A campanha do prefeito busca te incutir medo de que eu não vou terminar as obras. Eu vou. Apenas não irei concluir projetos inúteis como a ciclovia da Afonso Pena, que é íngreme e exige que você seja um super atleta para conseguir subir “, afirmou Engler.

Lagoa da Pampulha

Um dos assuntos importantes para a cidade de Belo Horizonte, que voltou a ser discutido entre os candidatos, é a limpeza da Lagoa da Pampulha.

Bruno Engler, opositor de Fuad, fez críticas ao contrato atual. Com apenas vinte segundos disponíveis no bloco, o prefeito optou por não responder e apenas solicitou votos aos eleitores.

“O prefeito pede seu voto para continuar a fazer contrato sem licitação, como você acabou de ver”, declarou Engler.

Mineradoras, empresários de ônibus e críticas à mobilidade em BH

Em um debate marcado por trocas de farpas, os candidatos Engler e Fuad se acusaram mutuamente de receberem apoio financeiro de empresários. Engler afirmou que Fuad teria obtido recursos de proprietários de empresas de ônibus.

Fuad, por sua vez, respondeu que alguns empresários de transporte participaram apenas de um jantar de arrecadação, oferecendo valores simbólicos em relação ao montante total de sua campanha.

Fuad afirmou que o adversário teria ligações com mineradoras, que supostamente apoiariam sua candidatura. Engler, no entanto, negou veementemente ter recebido qualquer contribuição desse setor, retrucando que o verdadeiro vínculo com essas empresas seria de Fuad.

O tema da mobilidade urbana, que é apontado em pesquisas como a maior preocupação dos moradores de Belo Horizonte, também foi central no debate.

Engler criticou a situação do transporte público na capital, afirmando que o prefeito “vive no país das maravilhas” e mencionando problemas na qualidade dos ônibus em circulação. O novo contrato de concessão do transporte público, que será estabelecido pelo próximo prefeito, foi outro ponto de atrito.

Fuad prometeu contratar uma consultoria internacional para conduzir a nova licitação do transporte público, mencionando sua experiência anterior: “Eu já fiz contrato de ônibus, como você vai aprender?”, alfinetou. Engler, por sua vez, associou Fuad ao ex-governador Aécio Neves, relembrando que o candidato foi secretário de Neves no passado, e ainda acusou o atual prefeito de tentar esconder essa relação.

“Eu fui único prefeito da história de BH que enfrentou os proprietários de ônibus. O subsídio que ele fala todo brasil dá, o partido dele dá, porque se não a passagem ia custar R$8, R$9 reais. Nós fazemos uma complementação para que o trabalhador não precise pagar uma passagem absurda”, explicou Fuad.

Segurança pública

A segurança pública foi outro ponto de tensão no debate entre Engler e Fuad. Engler acusou o prefeito de se esquivar da responsabilidade pelo tema ao atribuí-la principalmente ao governo estadual.

Fuad respondeu destacando suas ações na área, afirmando que vem promovendo parcerias entre as polícias e a guarda municipal para ampliar a segurança na capital.

Com a presença de Coronel Cláudia como sua candidata a vice – a primeira mulher a chefiar a Polícia Civil em Belo Horizonte –, Engler trouxe à tona suas propostas para enfrentar a insegurança.

Entre elas, prometeu implementar rondas ostensivas e aumentar o efetivo da guarda municipal, apresentando-se como a solução para reforçar a segurança pública na cidade.

“Eu e a coronel Cláudia vamos construir, sim, um trabalho conjunto às forças do Estado, porque hoje isso só existe no discurso do prefeito. O que a gente vê é uma cidade cada vez mais violenta e insegura”, disse Engler

Educação

A educação na rede municipal de Belo Horizonte gerou intenso debate entre os candidatos Fuad e Engler. O candidato do PL questionou o prefeito sobre o atendimento de crianças com necessidades especiais nas escolas municipais, enfatizando a carência de monitores especializados.

Fuad respondeu mencionando a contratação de psicólogos e assistentes sociais, afirmando que esses profissionais estão sendo treinados para atender às demandas das escolas.

Engler, no entanto, criticou a resposta de Fuad, afirmando que a questão não era sobre psicólogos, mas sobre a presença de monitores especializados para acompanhar individualmente essas crianças.

Ele propôs, ainda, a criação de salas sensoriais nas escolas, espaços projetados para acalmar alunos em momentos de crise, o que, segundo ele, deveria ser implementado urgentemente.

Fuad ressaltou que os psicólogos são profissionais qualificados, mas que, em alguns casos, podem precisar de treinamento adicional. Engler rebateu, diferenciando o papel do psicólogo e do monitor: “O psicólogo é um por escola; o monitor, um por criança, e precisa ser especializado.”

A segurança nas escolas também foi ponto de embate, com Engler acusando o prefeito de negligenciar o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), mencionando que 60% das escolas estariam sem o documento. Comparando a situação com a tragédia no CT do Flamengo, o candidato alertou para a importância da prevenção.

“Vocês lembram do Ninho do Urubu? Ninguém esperava que fosse ter algo de errado com o CT do Flamengo. Tragédia se previne, prefeito”, disparou.

Por fim, Engler trouxe à tona a falta de vagas nas creches, criticando o que descreveu como uma atitude de “fingir” que o problema não existe, embora reconheça que algumas questões da educação municipal não dependem exclusivamente do prefeito.

Emprego e renda

O tema “emprego e renda” foi a pauta de encerramento do debate. Fuad aproveitou a oportunidade para questionar seu adversário sobre suas propostas para o setor.

Engler enfatizou a importância de não apenas criar empregos, mas de garantir que sejam de qualidade e bem remunerados, permitindo que as famílias possam sustentar-se adequadamente.

“Não basta você ter oferta de emprego, você tem que ter emprego de qualidade, emprego que remunera bem para que a pessoa consiga sustentar a sua família”, afirmou.

Ele também propôs revisar o Plano Diretor da cidade como uma estratégia para facilitar a construção e, assim, aumentar as oportunidades no mercado de trabalho.

“Uma das minhas ações em uma eventual gestão seria revisar o Plano Diretor visando ampliar o direito de construção no município para aumentar as vagas no setor.”

Fuad, por sua vez, reconheceu a necessidade de melhorias, afirmando: “Eu nunca disse que não tem o que melhorar.” Ele ressaltou que, em sua gestão, já foram realizados 320 eventos em Belo Horizonte, destacando a relevância das atividades econômicas na cidade.

“Belo Horizonte tem três atividades econômicas importantes: eventos, comércio e serviços”, acrescentou o candidato do PSD.

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