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Best seller: “Clube das 5 da manhã”, 5 anos depois. Deu certo?

Reportagem conversou com pessoas que mantêm rotina de acordar às 5h para ter um dia mais produtivo

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Foto de Jovem deitada na cama com a mão na testa - Metrópoles
1 de 1 Foto de Jovem deitada na cama com a mão na testa - Metrópoles - Foto: Reprodução/ Getty Images

Nos dias de hoje, em que cada segundo conta, muitas pessoas buscam maneiras de otimizar o tempo e melhorar a produtividade. No livro O clube das 5 da manhã, de Robin Sharma, são descritas formas de revolucionar a maneira de encarar as manhãs e, consequentemente, a vida. Além de oferecer técnicas para acordar cedo, também explora o potencial de uma rotina matinal bem estruturada, prometendo guiar o leitor para a prática. 

A obra de Robin, de 2018, tem como método argumentar que o período entre 5h e 6h da manhã é crucial para estabelecer um dia mais produtivo e bem-sucedido. Na obra, o autor propõe uma série de práticas incluindo a meditação, exercícios físicos, leitura e reflexão, fortalecendo a disciplina e também a determinação. 

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Homem abrindo cortinas no quarto
Jovem recém-acordada aproveitando os raios do sol da manhã
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Mulher acordando e relaxando perto da janela em casa

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Jovem recém-acordada aproveitando os raios do sol da manhã

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Robin ainda descreve que as pessoas consideradas dedicadas acordam 5 horas para aproveitar o silêncio e a tranquilidade matinal, se tornando um tempo para a autorreflexão. Para ele, a prática ajuda a aumentar a produtividade, sendo benéfico para a saúde mental, emocional e promovendo mais foco ao longo do dia.

O livro explora histórias de indivíduos que transformaram a vida ao adotar o hábito de acordar cedo e, apesar de ser uma dificuldade para muitos, essa já era uma prática antiga para alguns, como religiosos e atletas que usam o tempo da manhã para suas práticas devocionais e esportivas. 

Esse é o caso da Alice Fernandes, de 20 anos, estudante de enfermagem, que costuma acordar antes das 6h para começar o dia com tranquilidade e silêncio. A jovem conta que sente que o dia rende mais desse jeito.

“Costumo acordar cedo nas segundas, quartas e quintas, quando eu levanto por volta de 4h40 e faço meu devocional. Faço oração, leio a Bíblia e escuto algum louvor. Eu gosto muito de orar pela manhã, acho que é um horário em que me conecto melhor com Deus. Por morar com os meus pais, sei que nesse horário não tem nenhum barulho que vai me incomodar”, conta.

“Durante o dia eu fico um pouco mais cansada, porém menos estressada, com menos ansiedade e mais leve, além de conseguir me concentrar melhor nos meus afazeres. Também sinto que quando eu acordo cedo, procrastino menos e consigo me planejar melhor para o dia”, relata.

Já o atleta Pedro Henrique, de 23 anos, que joga futebol americano pelo time do Gama Leões de Judá, comenta sobre a rotina de acordar antes das 6h.

“O meu dia começa às 5h30. Consigo tomar meu café da manhã tranquilo e praticar exercícios. Quando eu acordo cedo, sinto que consigo usufruir mais do dia, me dá mais energia. Consigo organizar mais minhas tarefas e ser mais produtivo também”, diz o atleta.

“Quando eu acordo mais tarde, sinto uma diferença enorme no meu dia. Primeiro, que eu já me levanto mal-humorado e parece que o dia não vai ser tão bom. Além disso, sinto que não consigo produzir as tarefas que tenho em mente, parece que o dia passa mais rápido e fica menos produtivo”, conclui.

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Jogadores em partida de futebol americano

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Especialistas

Acordar cedo pode trazer vantagens e muitos benefícios, além de reduzir a ansiedade, pode tornar o dia mais produtivo.

“Estudos mostram que acordar cedo reduz o risco de depressão e melhora a qualidade de vida. Há menos distrações ao nascer do dia, quando provavelmente as crianças e outros moradores estão dormindo. É um bom momento para cuidar de si, refletir, fazer meditação e exercícios também”, explica a psicóloga Islany Guerra. 

De acordo com a profissional, é ideal encontrar uma rotina. “É comprovado que acordar cedo tem inúmeros benefícios, mas sabemos que há realidades diferentes em nosso país, pessoas que têm uma rotina agitada, com muitos afazeres, e precisam de uma quantidade de sono adequada para enfrentar a rotina do dia seguinte. Por isso é importante que cada um encontre a rotina adequada à realidade e que consiga ter um tempo para si”, relata Islany.

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Relógio digital branco mostra seis horas
Jovem acorda cedo de manhã
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Homem desligando o despertador

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Jovem acorda cedo de manhã

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Pessoa deitada na cama tocando no telefone

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Sacrifício para conquista futura

Para Amauri Araujo Godinho, neurologista do Hospital Santa Lúcia, o hábito pode estar relacionado a dois aspectos, biológico e psicossocial. “Destacando o ponto de vista biológico, sabemos que os padrões de sono influenciam no nosso desempenho durante o dia, e existem inúmeros trabalhos abordando a população idosa como exemplo. Aqueles que mantêm uma rotina de acordar cedo têm a capacidade maior de retenção de memória, de atenção e melhora até na execução de tarefas. Existem outras evidências de que o indivíduo que possui a prática de acordar cedo e voltar a dormir na sequência tem chance maior de Alzheimer”, diz.

“Nós possuímos circuitos neuronais que são responsáveis pelos ritmos circadianos, ritmos que regulam nosso relógio biológico e que conseguem controlar nossas funções fisiológicas. Esses ritmos, sendo respeitados, promovem uma fisiologia mais adequada para enfrentar a nossa rotina. Então, quebrar esses ritmos pode trazer consequências. Por isso, pessoas que possuem hábitos noturnos têm uma incidência maior de hipertensão e distúrbio de humor, por exemplo”, conta Amauri.

Já no sentido psicossocial, Amauri explica como a rotina pode estar relacionada com a qualidade de vida e as questões emocionais.

“Essa questão de acordar às 5 horas da manhã não é nada mais do que ativar um espírito de sacrifício. O livro citado ‘O clube das 5 da manhã’ é motivado, principalmente, por essa nova geração de pessoas que busca a todo custo o bem-estar. É importante ressaltar que o sacrifício tem um efeito terapêutico e que as dificuldades são necessárias para que a gente tenha um melhor no futuro”, diz Amauri.

“Por isso, quando a pessoa se adapta a uma disciplina, isso pode ser um caminho para alcançar um objetivo. Assim, quando o trabalho exige sacrifício, a pessoa acaba se comprometendo mais e tem mais consciência do dever, se tornando uma motivação maior. Acordar cedo pode ser levado como um sacrifício para estimular uma conquista futura.”

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