Benefícios do governo a militares custarão R$ 27,7 bilhões até 2022
A título de comparação, investimento daria para comprar 526,6 milhões de doses da vacina AstraZeneca contra a Covid-19
atualizado
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Os benefícios concedidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a policiais, bombeiros e membros das Forças Armadas vão custar cerca de R$ 27,7 bilhões aos cofres públicos até o fim de 2022.
É o que mostra levantamento feito pelo jornal Estado de São Paulo, divulgado em reportagem deste sábado (18/9). Durante a gestão Bolsonaro, as categorias receberam aumento de salários, cargos comissionados no Executivo e um programa habitacional.
A título de comparação, os R$ 27,7 bilhões investidos em favor das categorias dariam para comprar 526,6 milhões de doses da vacina AstraZeneca contra a Covid.
Além disso, o valor poderia ser utilizado para construir 3,3 mil escolas públicas de ensino básico no Distrito Federal. O montante também é suficiente para comprar 180,4 mil ambulâncias para o Sistema Único de Saúde.
Habite Seguro
Na última segunda-feira (13/9), o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Anderson Torres, e o presidente da República, Jair Bolsonaro, lançaram o Habite Seguro, programa habitacional destinado a profissionais da Segurança Pública do país.
Poderão financiar a casa própria por meio do benefício servidores da ativa, reformados e aposentados. O programa tem como prioridade os agentes, tanto da segurança pública quanto da defesa social, que tenham renda bruta mensal de até R$ 7 mil.
Quem estiver acima dessa faixa salarial também poderá ser atendido pelo programa, porém, terão taxas de juros e benefícios diferenciados. O programa deve custar R$ 183,9 milhões aos cofres públicos até o final de 2022.
Reajustes salariais
Somados aos gastos com militares estão os valores empenhados no reajuste de salários a policiais militares, civis e bombeiros no Distrito Federal, no Amapá, em Rondônia e Roraima.
O custo estimado é de R$ 1,64 bilhão até o fim de 2022. As categorias foram beneficiadas durante a pandemia de Covid-19, ao mesmo tempo que diversos servidores tiveram salários congelados.
O aumento de salários e adicionais para militares das Forças Armadas também entra na lista de benefícios: serão R$ 21,16 bilhões gastos até o fim de 2022.
Cargos
Além dos programas e reajustes salariais para as categorias, o governo Bolsonaro foi responsável por integrar cerca de 6.157 homens das Forças Armadas, da ativa e da reserva, em postos civis do Executivo.
Os números são de um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Em junho deste ano, a Presidência da República publicou decreto que libera a permanência de militares nestas posições por tempo indefinido.