1 de 1 Ana Paula da Rosa Costa, conhecida como "Tia Paula", mandou jogar os corpos dos meninos desaparecidos em Belford Roxo no rio
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Rio de Janeiro – Gerente do tráfico de drogas do Morro do Castelar, em Belford Roxo, Baixada Fluminense, Ana Paula Rosa Costa, a Tia Paula, de 44 anos, é apontada pela polícia como a responsável por conduzir a ação para jogar no rio os corpos dos três meninos desaparecidos de Belford Roxo. Após a morte dos garotos, ela teria sido assassinada pelo tribunal do tráfico.
Outros quatro criminosos, dos quais dois também teriam sido mortos, participaram da decisão de matar Fernando Henrique Ribeiro Soares, 11, Alexandre da Silva, 10, e Lucas Matheus da Silva, 8. Tudo porque, em dezembro de 2020, os meninos teriam roubado o passarinho do tio de outro bandido: Wiler Castro da Silva, o Estala.
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Um dos meninos desaparecidos é flagrado perto de bandidos
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Bandidos armados circulam livremente na favela
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Imagens mostram criminosos do Castelar em largo da comunidade
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A repercussão do crime resultou em disputas internas na quadrilha, com punições severas aos desafetos
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Ana Paula da Rosa Costa, a Tia Paula, gerenciava a venda de drogas na comunidade do Castelar
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Wiler Castro da Silva, vulgo Estala, foi morto por comparsas da facção
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Wiler Castro da Silva, vulgo Estala
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Polícia reproduziu fotos de José Carlos dos Prazeres Silva, vulgo Piranha, no relatório da investigação
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Um dos envolvidos na morte dos meninos é José Carlos dos Prazeres Silva, vulgo Piranha
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José Carlos dos Prazeres Silva, vulgo Piranha
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De acordo com parte do relatório de investigações da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) ao qual o Metrópoles teve acesso, as crianças foram torturadas. Uma delas morreu por causa das agressões e as outras duas foram executadas.
“Tia Paula, em companhia de outros traficantes não identificados, ordenou que o sexto investigado conduzisse o veículo e transportasse os corpos até o rio onde foram jogados”, diz trecho do documento. O local é próximo à comunidade onde os meninos sumiram. Ao longo da investigação, 71 pessoas prestaram depoimento à polícia.
Desaparecer com os corpos dos garotos foi tratado como “missão”. “Pouco tempo depois, duas motocicletas conduzidas por traficantes se aproximaram e Tia Paula, que estava no carona de uma delas, perguntou para um deles se sabia dirigir e o chamou para uma ‘missão’.”
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Alexandre da Silva,10; Lucas Matheus da Silva, 8; e Fernando Henrique Ribeiro, 11, desapareceram em 27/12/2020, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ)
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Os três garotos saíram de casa de manhã para brincar no campo de futebol ao lado do condomínio onde moravam e não retornaram na hora do almoço
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O dono de um bar situado no bairro Areia Branca, em Belford Roxo, disse que viu as crianças um dia após saírem de casa. Imagens de uma câmera confirmaram o relato
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A polícia começou a investigar o envolvimento de traficantes do Complexo do Castelar no desaparecimento das crianças
Marcos Paulo Ribeiro Lopes, Comunicação Social da Prefeitura de Belford Roxo
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Ao revisar imagens registradas por câmeras de segurança instaladas em imóvel no bairro vizinho, os promotores identificaram os três andando pela rua na data em que sumiram
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Na época, a polícia trabalhava com a hipótese de que o sumiço dos meninos estaria ligado ao roubo de pássaros do tio de um gerente de tráfico do Castelar, o Stala
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Segundo as investigações, os meninos teriam sido capturados pelos traficantes quando retornavam para casa. Foram espancados e torturados. Um deles teria morrido durante a sessão de tortura. Os outros dois foram mortos em seguida
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Um homem testemunhou contra o irmão e afirmou que o parente jogou os corpos das crianças, em sacos plásticos, no rio que faz limite entre os municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias. O local é conhecido como desova de cadáveres
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A polícia chegou a encontrar restos mortais no local. Porém, as ossadas não eram das vítimas
Aline Massuca/Metrópoles
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As crianças teriam sido espancadas e mortas a mando de José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como Piranha, traficante da região
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Às vésperas de completar um ano do desaparecimento, 51 pessoas se tornaram alvo de ação da polícia. Desses, 33 suspeitos foram presos pelo caso. Dos investigados, 5 são acusados do triplo homicídio, com ocultação de cadáver
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Tia Paula teria participado da operação para sumir com os corpos dos meninos. Ela era envolvida com o Stala. Os dois foram mortos por outros traficantes do Castelar, contrários à execução dos meninos
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As investigações apontam que a autorização para matar os meninos foi dada por Doca, integrante do Comando Vermelho, sem saber que eram crianças. Os traficantes passaram a negar a morte delas dentro da própria facção
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Assim, de acordo com a polícia, instaurou-se um tribunal do tráfico no Castelar, dentro da facção. Stala, Piranha e Tia Paula teriam sido mortos por causa da execução dos três meninos
Tânia Rego/Arquivo/Agência Brasil
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Uma conversa entre dois traficantes, interceptada pela polícia, é uma das provas no inquérito sobre o desaparecimento dos meninos
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O homem que confessou ter participado da ação é investigado por crime de ocultação de cadáver. Ele foi levado para o alto da comunidade e assumiu a condução de um veículo em que “os corpos foram transportados até um rio no município de Belford Roxo, onde foram jogados”, esclarece outro trecho do documento.
Em julho, houve buscas no rio, mas os corpos não foram localizados. Responsável por organizar bailes funks e a venda de drogas sintéticas, como lança-perfume e ecstasy, Tia Paula tinha quatro anotações criminais por tráfico de drogas e seis mandados de prisão, um deles devido à morte dos meninos.