Belford Roxo: peritos acham ossos e cabelos que podem ser de crianças desaparecidas
A confirmação será feita com exame de DNA no material, em avançado estado de decomposição, e material coletado dos parentes dos meninos
atualizado
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Rio de Janeiro – Peritos da Polícia Civil do Rio encontraram fragmentos de ossos e fios que podem ser cabelo humano no Rio Botas, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, onde os corpos dos meninos desaparecidos desde 27 de dezembro de 2020 podem ter sido arremessados em sacos plásticos a mando de traficantes da região.
A confirmação será feita a partir de exame de DNA no material, que está em avançado estado de decomposição, de acordo com o perito Arthur Couto. Será coletado material de parentes dos meninos.
Os itens encontrados pelos peritos dentro do rio estavam dentro de sacos plásticos pretos.
Na manhã desta sexta-feira (30/7), policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense ( DHBF) e mergulhadores do Corpo de Bombeiros iniciaram buscas pelos corpos no local indicado por uma testemunha, que se apresentou à polícia na última quarta-feira (28/7) e contou que seu irmão teria recebido ordens de traficantes para dar fim aos corpos dos meninos. As crianças teriam sido agredidas e mortas por ordem do criminoso José Carlos dos Prazeres Silva, o Piranha, que tem a prisão decretada por tráfico.
Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11 e Fernando Henrique, de 12, sumiram no dia 27 de dezembro. Eles foram vistos pela última vez em uma feira do Bairro Areia Branca, também em Belford Roxo.
Buscas
A operação de buscas começou pelo Rio Botas, no trecho entre os bairros São Bernardo e Recantus. No entanto, o depoimento da testemunha aponta que os corpos teriam sido arremessados no trecho que fica no Bairro Amapá, próximo ao Arco Metropolitano, no limite dos municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias.
Os bombeiros usam uma ferramenta chamada garateia, instrumento em forma de âncora que traz para a superfície o que está no fundo, vasculhando o Rio Botas. O locais de busca foram indicados pelo irmão do denunciante que, mesmo negando envolvimento no crime, confessou que cumpriu ordem de bandidos e confirmou ter jogado sacos, que foram entregues por traficantes, debaixo da Ponte de Ferrro 38. O delegado Uriel Alcântara, da DHBF, pediu a prisão dele, mas a Justiça não a deferiu, e ele continua em liberdade.
O denunciante e o irmão dele, que confessou ter arremessado os sacos no Rio, foram liberados pela polícia nesta sexta. Eles estavam retidos desde a última quarta.