Belford Roxo: buscas por crianças são feitas em rio onde sacos teriam sido jogados
Polícia e Bombeiros reviram fundo do Rio Botas (RJ), onde estariam corpos de 3 meninos; eles teriam sido mortos por ordem do tráfico em 2020
atualizado
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Rio de Janeiro – Sete meses depois do desaparecimento dos três meninos de Belford Roxo, os parentes das crianças receberam com cautela a informação de que os garotos foram mortos e arremessados em um rio que corta a cidade na Baixada Fluminense. Na manhã desta sexta-feira (30/7), policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense ( DHBF) e mergulhadores do Corpo de Bombeiros iniciaram buscas pelos corpos no local indicado por uma testemunha.
Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11 e Fernando Henrique, de 12, sumiram no dia 27 de dezembro. Eles foram vistos pela última vez em uma feira do Bairro Areia Branca, também em Belford Roxo. A testemunha, que se apresentou à polícia na última quarta-feira (28/7) contou que seu irmão teria recebido ordens de traficantes para dar fim aos corpos dos meninos, que teriam sido agredidos e mortos por ordem do criminoso José Carlos dos Prazeres Silva, o Piranha, que tem a prisão decretada por tráfico.
Veja fotos das buscas:
Buscas
A operação de buscas começou pelo Rio Botas, no trecho entre os bairros São Bernardo e Recantus. No entanto, o depoimento da testemunha aponta que os corpos teriam sido arremessados no trecho que fica no Bairro Amapá, próximo ao Arco Metropolitano, no limite dos municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias.
Avó de duas das três crianças, Silvia Regina da Silva diz que não acredita na testemunha e garante que ainda vai encontrar os netos vivos. “Como que uma pessoa pega três corpos em sacos sem saber do que se trata? Criança pesa, ainda mais três. E os corpos não subiram depois, ninguém viu? Pra mim, ele estão vivos. Isso é história pra boi dormir. É um relato muito estranho, parece inventado. Estão tentando despistar a polícia” disse Silvia, avó de Lucas e Alexandre, ao Globo.
“Âncora”
Os bombeiros usam uma ferramenta chamada garateia, instrumento em forma de âncora que traz para a superfície o que está no fundo, vasculhando o Rio Botas. O locais de busca foram indicados pelo irmão do denunciante que, mesmo negando envolvimento no crime, confessou que cumpriu ordem de bandidos e confirmou ter jogado sacos, que foram entregues por traficantes, debaixo da Ponte de Ferrro 38. O delegado Uriel Alcântara, da DHBF, pediu a prisão dele, mas a Justiça não a deferiu, e ele continua em liberdade.