Bebianno diz que Bolsonaro não consegue controlar o filho Carlos
Ex-ministro afirma que o filho do presidente “é como uma criança que quer brinquedo e fica se debatendo no chão do shopping”
atualizado
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O advogado Gustavo Bebianno, ex-secretário-geral da Presidência, não superou o antagonismo com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pivô da saída do ex-ministro do governo. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (02/03), Bebianno comparou Carlos a uma criança mimada em mais de uma oportunidade e o acusou de comandar um “gabinete do ódio” que produz notícias falsas, além de ter tentado montar uma “Abin paralela” em pleno Palácio do Planalto – acusação que já tinha sido feita pela deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).
“É um rapaz que tem problemas graves psicológicos. Quando vejo hoje, nas redes sociais, milhares de pessoas seguindo Carlos Bolsonaro… eles não têm ideia de quem é essa pessoa”, disparou o ex-ministro.
Para Bebianno, a maioria das crises em que o governo se colocou nesses primeiros 14 meses podem ser colocadas na conta de Carlos. “Ele é mimado, faz uma pressão que o presidente não consegue se contrapor. É como uma criança que quer brinquedo e fica se debatendo no chão do shopping”, comparou o jurista, que se filiou ao PSDB após romper com a família Bolsonaro.
Sobre o “gabinete do ódio“, que seria formado por assessores comissionados que atuam nas redes sociais, Bebianno reafirmou mais de uma vez a liderança de Carlos. “Servia, não sei como está hoje, para ataques a adversário, montagens de dossiês. Porque eles não confiam em ninguém. Existe uma paranoia que, no fundo, chega a quem está do lado. Ele não confiam no general Heleno [ministro chefe do GSI], no general Ramos [secretário de Governo]. Em ninguém”, avalia.
Em outra passagem da entrevista, Bebianno desdenhou do papel de Carlos na campanha: “Só ficava no sofá, tuitando”. E chegou a dizer que o filho teve papel no atentado do qual Bolsonaro foi vítima, em 2018, ao ter desarticulado seu esquema de segurança.