Bebê que morreu após ingerir soda: mãe pode responder por omissão
Segundo a Polícia Civil, testemunhas relataram que a criança, de 10 meses, não era alimentada corretamente; a bebê morreu no último domingo
atualizado
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Goiânia – A mãe da bebê de 10 meses que morreu após ingerir soda cáustica pode ser indiciada por omissão por se comportar de forma relapsa em relação a filha. A jovem, de 17 anos, morava sozinha com a criança, em uma quitinete alugada, em Anápolis, a 55 km da capital goiana.
O caso aconteceu na última quarta-feira (19/5), quando a jovem foi convidada pelo dono da quitinete em que morava para almoçar na casa dele, situada no mesmo lote. A mãe contou à polícia que, na ocasião, se distraiu cozinhando e não percebeu que a filha tinha pegado um recipiente com o produto corrosivo.
Segundo o delegado responsável pela investigação do caso, Ariel Martins, a adolescente não tinha os cuidados adequados com a criança.
Conforme explicação da corporação ao G1, a jovem, que não teve o nome divulgado, estava morando na quitinete há menos de um mês. O dono do imóvel contou à polícia que não viu o acidente e nem se lembrava que a soda cáustica estava guardada na casa. Segundo o delegado, ele foi ouvido apenas como testemunha.
A caso está sendo apurado e, caso seja comprovada a omissão da adolescente, ela também pode responder por homicídio culposo, que é quando não há intenção de matar ou por abandono material.
Ainda segundo o delegado, ele também deve investigar como era a relação da jovem com a mãe e o porquê da adolescente morar sozinha, mesmo sendo menor de idade.
Transferência e morte
A bebê de 10 meses derrubou a soda cáustica no corpo e ingeriu um pouco do produto. Inicialmente, ela foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento Pediátrico, em Anápolis, mas em decorrência da gravidade do caso, ela foi transferida para o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia.
Conselho Tutelar
O caso também será acompanhado pelo Conselho Tutelar de Anápolis. Segundo o conselheiro Miqueias Duarte, a bebê morava com a adolescente e um amigo dela, depois que saiu do local em que morava com a mãe.
“Pelo que sabemos, a família tem uma estrutura familiar bastante fragilizada. O pai, de 20 anos, não mora com a família. Há pouco tempo a adolescente morava com a mãe dela, mas disse que as duas estavam brigando muito e ela resolver ir morar com amigos, que ela não quis explicar direito quem são”, disse Duarte ao portal.
Ainda de acordo com o conselheiro, o órgão decidiu manter a criança, durante o período de internação, apenas em contato com o pai, até que o caso seja esclarecido.