Bebê morre no parto e mãe acusa hospital de violência obstétrica
A unidade hospitalar informou ainda que o caso já foi direcionado para a Comissão de Ética Médica, a fim de que sejam apurados os fatos
atualizado
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Uma jovem de 20 anos, identificada como Larissa Ferreira da Silva, afirmou que sua bebê morreu por negligência médica e violência obstétrica durante o trabalho de parto, no Hospital do Tricentenário, em Olinda (PE).
O incidente ocorreu entre os dias 7 e 8 de novembro, e Larissa disse que houve tentativa forçada de um parto natural em vez de uma cesariana. A jovem chegou a ser amarrada em uma maca.
“Eu não queria procurar atendimento nesse hospital por causa da má fama. Cheguei a ir em uma unidade médica do Recife, mas o médico foi muito grosso, não me atendeu lá e eu tive que procurar ajuda no Tricentenário mesmo”, relatou ao Uol.
A jovem estava grávida de 40 semanas da filha, Lunna. Ela foi ao hospital após sentir muitas dores e constatar que um líquido esverdeado saía dela.
“O médico que me atendeu disse que não eram dores de contração do parto. Só que ele fez o exame de toque e constatou que eu tinha cinco centímetros de dilatação, que minha bolsa tinha estourado e que estava perdendo muito líquido”, contou.
“Fui internada por volta das 23h. Por volta das 3h do dia seguinte (8 de novembro), o mesmo médico apareceu, fez um novo toque e viu que eu estava com nove centímetros de dilatação. Ele conseguiu escutar o coração do bebê, disse que a frequência cardíaca estava normal, foi embora e não apareceu mais. Eu gritava por socorro a madrugada inteira e só apareciam enfermeiras para fazer toques”, desabafou Larissa.
Ajuda
Apenas pela manhã, quando mudou a equipe de plantão, foi que um médico apareceu para ajudá-la. Entretanto, nesse momento, a jovem afirmou que os médicos já não escutavam os batimentos cardíacos da filha, e levaram Larissa para uma cesariana de emergência.
“Disseram que era um procedimento normal. Aí, realizaram a cesariana, mas não ouvi o choro da minha bebê. E nisso todo mundo saiu da sala, sem dar satisfação de nada. Me deixaram sozinha e amarrada por uns 30 minutos. Depois apareceu uma enfermeira para me desamarrar. Perguntei o que tinha acontecido, mas ela disse que depois uma pediatra iria conversar comigo”, relatou.
Após um tempo, as enfermeiras trouxeram a filha de Larissa, morta. “Não me deram nenhum esclarecimento na hora. Só disseram que o bebê saiu da barriga sem vida. Tive meu sonho frustrado por causa da negligência médica e violência obstétrica. Eu só quero justiça por minha filha”, afirmou.
Em nota, o Hospital do Tricentenário (HTRI) esclareceu que “no decorrer do trabalho de parto da gestante foi evidenciado líquido amniótico meconizado, sendo indicado um parto cesáreo, com recém-nascido sem vitalidade. Foram realizadas manobras de ressuscitação, sem sucesso”.
A unidade hospitalar informou ainda que o caso já foi direcionado para a Comissão de Ética Médica, para que sejam apurados os fatos.