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BC segura queda da Selic e Haddad cala, Alckmin lamenta e Gleisi xinga

Haddad preferiu não comentar a decisão do BC. O vice Alckmin defendeu ritmo de queda maior e Gleisi falou em “sabotagem”

atualizado

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Alckmin e Haddad em evento
1 de 1 Alckmin e Haddad em evento - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciar, no início da noite desta quarta-feira (8/5), o corte de 0,25 ponto percentual da taxa básica de juros do país, a Selic, menos que o governo esperava, houve reações negativas de pessoas próximas ao presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).

A decisão dividiu o comitê. Cinco diretores, incluindo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, votaram pelo corte de 0,25 p.p. e quatro, sendo todos indicados por Lula, votaram pela queda de 0,50 p.p. Por cinco votos a quatro, a Selic foi fixada em 10,50% ao ano — estava em 10,75% desde 20 de março.

Ao deixar o Ministério da Fazenda, o ministro Fernando Haddad preferiu calar e disse que irá comentar a decisão “depois”. Se Haddad optou pelo silêncio, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, fez uma crítica à decisão.

O vice considerou que o governo está “fazendo o dever de casa em todos os sentidos”, ao negociar reformas, reconstruir políticas sociais e estimular o investimento produtivo. “Mas taxas de juros neste patamar são um freio ao desenvolvimento do país, porque desencorajam o consumo e o investimento, além de elevarem a dívida pública”, escreveu Alckmin nas redes sociais.

E concluiu: “A redução de 0,25 pp na Selic é um sinal importante de confiança no governo, mas o ritmo da queda precisa ser maior, sem hesitações. O Brasil precisa retomar a normalidade monetária, com juros condizentes com as necessidades do país e a responsabilidade do governo”.

Já a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), crítica contumaz do BC, classificou a decisão do Copom de um crime contra o país e falou em sabotagem.

Não há fundamento econômico para isso e houve divergência de 4 diretores nessa decisão. A inflação está sob controle e em queda, o ambiente de investimentos melhora, os empregos também. O nome disso é sabotagem. Contra o desenvolvimento, contra o Brasil”, atacou Gleisi.

Ela ainda criticou a autonomia do BC, fato ao qual atribuiu o prolongamento do mandato de parte da atual direção, classificada por ela como bolsonarista e que faz política e oposição ao governo eleito pelo povo.

Como foi a votação

Quatro diretores que assumiram os cargos durante a gestão do PT votaram na redução de 0,50 ponto percentual. Foram eles Gabriel Galípolo, Ailton de Aquino Santos, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira.

Outros quatro, que já faziam do BC, posicionaram-se a favor dos 0,50 ponto. Nessa lista, ficaram Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Renato Dias de Brito Gomes. Para desempatar, Campos Neto, o último a se manifestar, deu o voto de Minerva.

Questão fiscal

Sobre a questão fiscal, o comunicado alerta: “O Comitê acompanhou com atenção os desenvolvimentos recentes da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária”.

A seguir, observa que o órgão do BC “reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária.”

O trecho está diretamente relacionado à mudança de meta fiscal para 2025 e 2026, anunciada no mês passado pelo governo federal.

No comunicado da reunião anterior, em março, a mesma questão era citada, mas num tom menos incisivo e com menor número de detalhes. Disse a nota na ocasião: “Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”.

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