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BC: Galípolo terá que conciliar pressão de Lula e controle da inflação

Gabriel Galípolo irá presidir o Banco Central (BC) entre 2025 e 2028. Seus desafios incluem também a continuidade de projetos, como o Pix

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À frente do Banco Central (BC) pelos próximos quatro anos — independentemente do presidente da República que for eleito ou reeleito em 2026 —, o economista Gabriel Galípolo terá o desafio de manter a inflação sob controle, conciliando a principal função do BC com as pressões políticas. Ao menos pelos próximos dois anos, a pressão virá especialmente do presidente Lula e de seu partido, o PT, sempre vocais na defesa de taxas de juros mais baixas.

Enquanto isso, as estimativas do mercado para a inflação em 2025 e em 2026 estão se afastando do centro da meta. Cabe ao BC adotar uma postura cautelosa e reagir por intermédio da Selic, a taxa básica de juros da economia.

Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano e os dois próximos é de 3%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.

Para 2024, agentes financeiros esperam que a inflação fique em 4,38%, bem próxima do teto. Já para 2025, a previsão é de IPCA em 3,7%. Para 2026, a projeção mais atual é de 3,3%.

Ao ser sabatina por senadores da Comissão de Assuntos Econômicos, na terça-feira (8/10), Galípolo frisou que, uma vez recebida a meta de inflação, cabe ao Banco Central colocar a taxa de juros “num patamar restritivo suficiente, pelo tempo que for necessário, para atingir aquela meta”.

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Foram 26 votos a zero para a aprovação de Galípolo na CAE do Senado
A CAE do Senado aprovou, nesta terça-feira (8/10), o nome do economista Gabriel Galípolo para o comando do BC
Indicado pelo presidente Lula, Galípolo é, atualmente, diretor de Política Monetária do BC
Galípolo: "Todas as vezes que o presidente (Lula) me encontrou ou me ligou foi para dizer: 'Comigo você terá toda a tranquilidade'"
Economista Gabriel Galípolo, indicado de Lula ao BC
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Gabriel Galípolo, indicado para a presidência do BC

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Outros desafios de Galípolo incluem a continuidade de políticas como o sistema de pagamento instantâneo, o Pix e a nova moeda digital, o Drex, que exigem uma infraestrutura pública digital robusta. Ainda há desafios para essas duas políticas, como o Pix por aproximação, por meio das carteiras digitais.

Ele também terá o desafio de manter atual o quadro de pessoal no BC em quantidade e qualidade suficientes. Ao comparar o Pix a serviços públicos essenciais, Galípolo salientou: “Se o Pix funciona 24 por 7, nós precisamos ter gente trabalhando 24 por 7. Há necessidade de fazer investimentos em diversos setores”.

Mercado recebeu bem

Além da boa receptividade entre senadores, a indicação de Galípolo também foi bem vista pela chamada Faria Lima, que já conhece Galípolo por sua atuação como diretor de Política Monetária em pouco mais de um ano.

“A expectativa é positiva, com o mercado acreditando que ele está preparado para manter a estabilidade econômica e promover inovações no sistema financeiro, ao mesmo tempo em que equilibra as demandas do governo”, afirmou Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest.

No entanto, ele ponderou que desafios como a continuidade da eficiência financeira e o relacionamento com o governo exigirão habilidade para garantir um crescimento sustentável e a credibilidade institucional do Banco Central durante seu mandato.

Para Felipe Vasconcellos, sócio da Equss Capital, Galípolo assume uma postura técnica e independente, especialmente ao apoiar aumentos na taxa Selic para controlar a inflação e mesmo diante de pressões políticas.

“Sua experiência em gerenciar crises financeiras e dialogar com diversos atores econômicos fortalece a confiança do mercado em sua liderança. A expectativa é positiva, pois ele demonstra a capacidade de adaptar políticas monetárias conforme as necessidades econômicas, além de valorizar a transparência nas comunicações do BC”, pontuou Vasconcellos.

Ele ponderou: “Contudo, sua gestão enfrentará desafios, como manter a eficiência financeira e o relacionamento com o governo, o que exigirá habilidade para garantir o crescimento sustentável e a credibilidade institucional do Banco Central durante seu mandato”.

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